Dando seqüência ao momento fissura, liguei cedo pro Zé Maria que sem pestanejar aceitou a pilha para mais um voozinho. O destino foi Santo Amaro, pela facilidade quando se está sem resgate e por razão dos compomissos do Zé. Enquanto montávamos as asas cinco paracas decolaram, dois deles engataram no meio do vale e foram à base, uns oitocentos metros, os outros pregaram sem escalas. Enfim prontos, mas pensamos ter perdido a hora boa. Toda região ficou sombreada, como a pressão era boa, decolamos assim mesmo. Nada de térmicas, a impressão era de que outro prego se aproximava. Fomos para o pouso oficial tentar por ali, já pois lá os primeiros raios de sol voltavam a incidir. Não deu outra, o Zé birutou uma fraquinha e lentamente recuperamos toda altura perdida. Foi um alívio ver o pessoal do paraca lá embaixo diminuindo a cada giro. Fugi daquela deriva e fui mais à frente buscar a próxima, dessa vez um pouco mais forte e constante na subida, o Zé chegou e enroscamos juntos novamente. Enquanto a atividade térmica aumentava as formações que se acumulavam atrás da decolagem me deixaram preocupado. Estiquei uma tirada pelo centro do vale pra sentir a eficiência da asinha nova, aproveitando para matar altura e retornar à sede antes da chuva se precipitar. Já pousado, não se passaram nem cinco minutos e o céu caiu no centro do vale. O Zé Maria que subiu derivando em direção à cordilheira ganhou boa altura e foi rumo ao Cambirela, voltou à sede fazendo milagre pra fugir da chuva mas ainda assim chegou um pouquinho molhado. Para conferir o tracklog dos voos clique ao lado: MANINHO - ZÉ MARIA.

Ano novo, asa nova... Aeros na veia.

Após quatro anos de alegrias é hora de me despedir da minha Litespeed S 3.0 e dar lugar a um novo e arrojado brinquedo. A partir de agora estarei voando pelos céus catarinenses com minha Aeros Combat 09, também no tamanho pequeno (12.8). Desde que comecei a voar, em 1998, passei pela Laminar 13, com king, Wills Wing Talon 140 e Moyes Litespeed S 3.0. Agora chegou a vez da Aeros, uma ideia que já vinha amadurecendo desde a etapa de Brasília do ano passado. Nada melhor do que experimentar novas sensações e tecnologias. Infelizmente este janeiro não tem sido nada bom para o voo livre aqui no Estado de Santa Catarina e, em consequência, ainda não pude aproveitar como deveria a nova aquisição. Tenho me sentido como uma criança que ganha um videogame mas não tem jogos para brincar. Destaque para o acabamento da asa, que é de alto nível, para o corte alucinante da vela e para o trapézio reduzido, ideal para os baixinhos como eu. Ignorando os níveis de humidade, na casa dos 90%, e o teto quase no chão, me deixei levar pela fissura e fui a Santo Amaro da Imperatriz, na parceria com o Zé Maria, estrear a asinha nova. O voozinho foi rápido em condição bem lisa e fraca, mas suficiente para ter uma excelente primeira impressão e perceber que a regulagem do Carlinhos Niemeyer deixou o brinquedo afinadíssimo. Que venham dias melhores para que possa ver como as pontas retas se saem nas térmicas...


Pesquisando no Blog.

A partir de hoje o blog passa a contar com uma nova e eficiente ferramenta de pesquisa. Localizada à direita da página, sob o título "Pesquisar no Blog", essa nova opção permite uma busca exclusiva dos assuntos que já foram publicados aqui no blog. Digitando a palavra "recordes", por exemplo, todas as postagens sobre o tema são apresentadas na tela, ficando a cargo do leitor a escolha do que mais lhe interessa. Vamos lá, experimente e divirta-se. Quem sabe você já não foi assunto aqui no blog, confira. Os métodos de pesquisas são os mesmos utilizados nos diversos buscadores da net.

Cadastro CIVL e World Ranking System

A partir de janeiro de 2010 os pilotos catarinenses de asa delta e/ou parapente que pretendem participar das competições estaduais mediante inscrição online pelo site da Federação Catarinense (FCVL) deverão possuir/efetivar cadastro junto à Comissão Internacional de Voo Livre (CIVL/FAI). O cadastro CIVL nada mais é do que o registro internacional dos pilotos/praticantes do voo livre, e é exigido para participação em competições fora do país. É através do registro CIVL, ainda, que se dá a formação do ranking mundial em suas diversas categorias. Desde seu surgimento, atletas brasileiros sempre despontaram internacionalmente nas modalidades asa delta e parapente, mas somente agora começam a surgir, em maior número, competições brasileiras homologadas pela FAI, ou seja, campeonatos onde os pontos acumulados servem para a formação do ranking mundial. Com isso, cresce o interesse dos pilotos de ponta, dentre os quais os melhores do mundo, pelas competições nacionais, um verdadeiro incremento ao intercâmbio competitivo, trazendo maior visibilidade aos eventos tupiniquins, além de uma série de outros benefícios correlatos. A iniciativa da Federação Catarinense, apesar de vista por alguns como uma imposição desnecessária, é de grande valia, e se soma a outras que vêm sendo adotadas por algumas entidades desportivas nacionais em busca da melhoria contínua e crescimento do esporte. O ranking mundial - WPRS - foi criado em 1998 e atualmente mais de 8.000 pilotos, de 55 países, estão rankeados em 8 categorias. Na categoria "Hang Glinding Class 1", tops da asa delta, o piloto australiano Jonny Durand, vice-campeão mundial, aparece no topo do ranking. A 1ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Asa (Superrace), que acontece no período de 17 a 23 de janeiro, na cidade de Sapiranga/RS, faz parte do calendário FAI e é a primeira competição nacional, do ano, a somar pontos para o ranking mundial. Clique nos links em destaque e saiba mais sobre o assunto.

Forbes Flatlands, uma grande competição.

Chega ao fim a maior competição de asa delta do planeta, Forbes Flatlands. Realizada na região de Forbes, Austrália, o evento contou com a participação de sessenta e quatro pilotos de dezesseis países, dentre os quais alguns dos melhores do mundo. Ao final de nove dias de provas foram voados 1.363 quilômetros, uma média de 151 kms diários. Eis porque me referi à competição como a maior do planeta. O australiano Jonny Durand, mais uma vez implacável, levou a melhor e sagrou-se campeão numa disputa acirrada com Attila Bertok (Hun) - segundo colocado - e Zac Majors (USA), que terminou em terceiro. Sem perder o foco na competição Jonny voltou a desempenhar o papel de cinegrafista e comentarista dos ares, brindando a todos com vídeos diários alucinantes, disponíveis em seu blog. As condições climáticas foram perfeitas do início ao fim, o que proporcionou um campeonato com 100% de aproveitamento. A prova do último dia não foi realizada, mas o motivo não foi o clima e sim a exaustão geral dos pilotos que estavam por lá.

João Rotor é bicampeão do Flexicotton XC.

O ano de 2009 chega ao fim e com ele termina também a 4ª Edição do Flexicotton, a competição de XC do Estado de Santa Catarina. João Rotor, piloto de Indaial, não desperdicou um dos poucos períodos de boa condição do ano e faturou pela segunda vez a competição na categoria asa delta, somando 263 kms nos melhores cinco voos realizados. Robert Etzold, atual campeão catarinense, ficou com a segunda colocação somando 238 kms, seguido por Marco Melagari, Robozinho, de Florianópolis, com 117 kms somados. Esta edição ficou bastante prejudicada já que as condições climáticas durante todo o ano de 2009 não foram muito favoráveis. O melhor voo da competição foi registrado pelo piloto de asa João Rotor, 123 kms, com decolagem no Morro Azul, na cidade de Pomerode, e pouso em Otacílio Costa. Com esse voo João estabeleceu novo recorde para o Morro Azul. Na disputa particular entre João e Robert outro recorde foi quebrado, dessa vez da rampa de Jaraguá do Sul. O piloto de Balneário Camboriú Robert Etzold cravou 94 kms, pousando entre as cidades de Lontras e Rio do Sul. O novos recordes das rampas catarinenses podem ser conferidos aqui, enquanto que o resultado geral do Flexicotton XC 2009 na categoria asa delta pode ser visualizado aqui. Um feliz 2010, com boas condições climáticas e altos e seguros voos para todos.