Quinta Sem Lei


A quarta-feira anunciou o que poderia acontecer com a condição no dia seguinte. Não teve jeito, não ia dar para trabalhar com aquele céu... Formei a barca com o Robert e minha mulher no resgate. Tudo certo, só não conseguimos chegar tão cedo na rampa. Decolamos às 12:30, com a sensação de que até mesmo uma hora antes teria sido um bom horário para alçar vôo, pois a condição já estava por lá, e o vento ainda moderado.

Robert investiu um pouco à direita e lá engatou na primeira termal, antes mesmo de chegar onde ele estava bati numa consistente que me levou próximo aos 1.000 metros - o teto naquele momento, marcha caçada e a primeira tirada entre a 470 e o morro do Baú. A termal do Beto não rendeu tanto, ele ainda jogou para baixo de onde eu estava mas já não a mesma coisa, optou então por tirar por sobre a cordilheira, batendo mais a frente num canhão que o levou ao teto e lhe proporcionou uma boa tirada. Atrasei um pouco o vôo com medo de entrar numa nuvem de base mais escura, a 1.250 metros, com isso o Beto veio derivando e acabamos nos encontrando novamente.

Outra tirada, optei por seguir pela BR470 enquanto ele se jogou rumo ao Baú, decisão mais acertada pois garantiu boa sustentação, enquanto eu afundava. A essa altura o vento já deveria ter o dobro da intensidade de quando decolamos. As termais estavam totalmente quebradas e difíceis de encaixar. O Beto tirou em direção a Gaspar e dali para frente nada mais subia, não foi possível alcançar a condição, acabou pousando próximo à fábrica do Ivo, que lhe deu uma força e ficou com aquele semblante de quem queria ter participado da brincadeira. Foram 26 km e 54 minutos de vôo, e a certeza de que poderia ter sido muito mais.

Como já não tinha altura confortável, e noiado com os arrozais da região, optei por voltar no contra vento na intenção de escorar na serrinha e aguardar um gatilho que me colocasse de volta ao vôo, o que não aconteceu, mas pelo menos naquele local um pouso seco era garantido. Foram 41 minutos de vôo e 18km de distântcia, com maior ascendente de 5,7m/s e descendente de 4,3m/s, 1.250 metros de altura.

Foi de chorar, a condição estava animal e bombou até o fim do dia. O resgate estava em baixo para acompanhar o vôo. Mas não foi dessa vez. Tudo bem, foi show de bola, como sempre.

PS.: os parapentes estão descobrindo o Escavaldo também, assim que decolamos chegaram 06 pilotos, sendo que dois deles pousaram no trevo 470/Gaspar e outro, um canadense, pousou junto comigo, quase que de ré por causa da ventaca.

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