Ares de primavera fazem a alegria.

Presságios de uma primavera que se aproxima dão sinal de que bons dias de vôo estão chegando em terras catarinas. O sábado foi de boa condição e muito vôo livre em vários picos do Estado. Os catarinenses aproveitaram para encher o tanque e acumular alguns quilômetros na contagem do Flexicotton 2008. De norte a sul muitas asas coloriam o céu. Max e Pieri voaram de Jaraguá em direção a Timbó; Victor e João Rotor, decolando do Morro Azul, pousaram em Lontras e registraram os vôos mais longos do dia, 46 e 43 kms respectivamente. Com eles ainda o Dionei, que batalhou junto mas acabou ficando em Ascurra, feliz da vida com o vôo do dia. Em Santo Amaro a bombaceira tava tanta que a galera não se conteve e partiu para a tirada. Céu de brigadeiro com teto a mais de 2.000 metros. Tingão foi até São Pedro, lá encheu o tanque e numa tirada só voltou acelerado para fincar os pés no pouso oficial da sede do LCVL, enquanto que o Kvalo não resistiu aos impulsos e partiu em direção à Garopaba, e pela perna que fez no contra-vento para estacionar em um pouso seguro, só não levou o brinquedo até Garopa porque não quis. O resultado do dia não poderia ter sido melhor, muita gente no ar, muita diversão e, com certeza, muitas esposas felizes à noite, porque aqueles que voaram no sábado chegaram em casa felizes, românticos e mansinhos. Como fiz meus comentários baseado nos tracklogs enviados ao Flexicotton e emails da lista, vou ficar devendo aqui informações da galera de Canelinha, pois a era da internet ainda não chegou aos voadores de lá, os "pássaros" menos informatizados do Estado.

Divulgado ranking brasileiro atualizado.

Organização divulga o ranking nacional atualizado dos pilotos de asa delta, já lançadas as pontuações das sete provas realizadas durante a etapa de Brasília. Nenê Rotor (SP) e André Wolf (RS) seguem à frente em uma disputa particular pela liderança do ranking, bem como na busca do título de campeão brasileiro de 2008, confira. Destaque para os pilotos Zé Gala (RJ) e Cesar Castro (RS), que seguem na terceira e quarta colocações. Enquanto o simpático carioca é mais um no time dos dinos do esporte nacional, o tímido gaúcho é mais uma revelação da nova geração de pilotos.

Flexicotton, últimos dias para inscrição.

Atenção pilotos de Santa Catarina, no próximo dia 30 de agosto (sábado) serão encerradas as inscrições para o Flexicotton 2008, valendo lembrar que os pilotos inscritos que não confirmarem o pagamento da taxa de inscrição até esta data estarão fora da competição. Até o momento são 13 os inscritos na categoria Asa Delta, dos quais apenas 06 confirmaram o depósito. Para que haja premiação nessa categoria o regulamento exige um mínimo de 10 inscritos. Ainda há tempo, entre no site do evento e se informe: Flexicotton 2008.

Brasília 2008, a despedida.

De volta ao lar, mas de cabeça feita após mais um vôo alucinante. Sexta-feira, 22/08, foi dia de despedida no cerrado. Já na quinta-feira anterior a ventaca que rolava deu lugar à calmaria, mas a barca foi combinada apenas para a sexta, afinal os voadores de Brasília também precisam trabalhar. Meio dia, rampa vazia no cerrado, apenas quatro asas iriam decolar. Soprava uma brisa modesta indicando que a corrida teria que ser caprichada e que não haveria sustentação na parede, ou seja, teríamos que nos jogar no buraco para buscar o elevador. Evandro decolou na frente, bateu em algumas bolhinhas mas nada consistente, assim que entrou uma pressãozinha parti para o vôo - melhor dois a procurar do que apenas um a birutar - seguido pelo Cabelo e pela Titá. Decolei para cima, mas foi só ilusão, não consegui colocar nem 100 metros da rampa, pelo menos fiquei com um pouco mais de combustível e joguei para cima do morro da Coca onde o Evandro tentava arredondar uma termal. Era alarme falso, nada pegamos e fomos ficando ambos cada vez mais baixos. Não queria olhar para o pouso de jeito nenhum, ficar lá embaixo não era a despedida esperada, mas quase aconteceu. Evandro e Cabelo acabaram pousando na Coca. Já pensando na aproximação senti uma leve pressão na barra, o suficiente para aumentar minha determinação para sair do buraco. Era uma térmica muito falhada e sem potência, deu um trabalho daqueles, mas consegui me erguer novamente à altura da decolagem, não mais do que isso. Não tinha para onde ir, já que a termal não rendeu o suficiente. O fato do resgate ter que descer para buscar a turma foi fundamental nesse início de vôo, pois desencanei com a situação e percebi que o único jeito de sair dali seria através de uma boa térmica, daquelas que crescemos junto com elas. Passei a forçar o vôo em direção à Pamonharia, no caminho bati numa bolhinha como a que tinha me salvado anteriormente, mas suficiente apenas para me dar mais fôlego. Abandonei aquela e novamente fui vasculhando tudo até a pamonha, quando esbarrei em outra bolha, dessa vez ainda falhada mas um pouco mais forte. Resolvi esquecer de tudo e me concentrar ao máximo, foi melhor do que eu tinha pedido, quanto mais subia melhor ficava. Cheguei à base da nuvem a 1.800 metros entre a rampa do Dicram e a cachoeira do Itiquira. O vento era meio través e obrigava uma boa forçada, perdi bastante altura na tirada, e assim foi durante todo o vôo, a asa não estava rendendo muito. À frente, já perto do asfalto um dust mostrou o caminho, botei para cima novamente, mas nessa hora tomei a decisão de fazer um vôo diferente do que já tinha rolado nos outros dias quando fiz o mesmo caminho tradicional para a Esplanada. Nisso já tinha derivado até quase a lagoa bonita, mas optei por voltar ao asfalto e tentar voar sempre à esquerda da reserva, por sobre a pista que leva à rampa. O tempo todo foi batalhado, muitas enroscadas, boa altura, uma tirada, asa afundando geral, outra térmica, sobe de novo e assim fui indo. Passada a reserva, trevo da rampa, tirada para Planaltina, novas enroscadas, tirada para o Pîvô Central, perde tudo, sobe de novo, agora rumo à Guerra Eletrônica, pela esquerda de Sobradinho. A essa altura do vôo achei, sinceramente, que conseguiria chegar à Esplanada, mas aí fui perdendo altura num sombreado imenso, subestimei justamente o final do vôo e isso me levou de vez para o chão. O que não foi nada ruim, pois tudo que tinha rolado naquele vôo já tinha sido muito especial, alucinante. A vontade de urinar me incomodava há mais de uma hora e foi só o tempo de colocar os pés no chão e abrir a bermuda, que alívio, não sei se agüentaria segurar até a Esplanada. Fiquei a 4km da guerra eletrônica, 14km do gramadinho seco e assim me despedi de Brasília em 2008. Valeu Evandro pela velha força e companheirismo, valeu Bruno, Luciano, Marcelo e todos os amigos do DF. Na imagem acima o tracklog do vôo, que teve duração de 2:40h, altura máxima 1.794m, máx. 8.5m/s, min. 5.9m/s e 60 km de distância ponto a ponto.

Ventos fortes voltaram.

Passada a semana do campeonato, Brasília voltou ao normal, nada de asas rasgando os céus do cerrado e colorindo o centro do "Poder". O céu azul deu lugar às formações de nuvens, mas com elas vieram as tradicionais ventacas do deserto. Assim foi a semana que sucedeu à etapa do brasileiro, marcada pela presença de muitas nuvens mas tomada por ventos fortes que deixaram precárias as condições de vôo, pelo menos até a última quinta-feira, quando uma leve brisa voltou a imperar. Ainda na terça-feira, juntamente com uma galera do cerrado, fomos à rampa para um força barra. Como esperado, a turbulência lá no alto era das grandes, daquelas que você fica agarrado ao trapézio com unhas e dentes. Muito vento e térmicas nervosas. Nesse dia não estava muito para o vôo, acho que já na primeira térmica percebi que queria mais pousar do que voar, quer dizer, ficar lá em cima tomando lambada sem parar. Estacionei com segurança o brinquedo no arado da fazenda JL. Em seguida, com o pensamento semelhante ao meu, foi a vez do Evandro na fazenda Espumoso, que agora teve o nome alterado para "espinhoso", devido à quantidade de carrapichos no pouso; depois Luciano em Brasilinha, Dudu próximo à Embrapa e apenas o André Nardelli, fissurado que estava, sem voar há mais de um ano, foi guerreiro o suficiente para levar sua asa até o gramadinho da Esplanada, chaqualhando sem parar.

Mais um dia clássico em Brasília.


A etapa de Brasília do campeonato brasileiro de asa delta 2008 foi um sucesso absoluto. Cem por cento de aproveitamento, sete provas realizadas e um total de 764 quilômetros voados. Nenê Rotor (SP) sagrou-se o grande campeão após uma participação impecável, muito veloz e regular, foi o único piloto dos top five a completar todas as provas. A segunda colocação ficou com o atual campeão brasileiro André Wolf (RS), seguido por Jonny Durand (Open) e Zé Gala (RJ) na terceira posição e Glauco Pinto (DF) em quarto lugar. Glauco, local de Brasília, foi também o piloto revelação da etapa. Não bastasse o bom astral durante todo o evento, a premiação contou ainda com um pôr-do-sol daqueles que só se vê no cerrado, com direito a eclipse da Lua e tudo mais. Foi mais um dia clássico de vôo. A ausência de nuvens em nada prejudicou a brincadeira. Da metade do vôo para frente as fogueiras guiaram a grande maioria dos pilotos. Termais para todos os lados e o céu de Brasília ficou novamente tomado por um colorido especial. Das barcas que subiram de Santa Catarina restaram apenas Tingão, Robô e Eu. Valeu à pena, fomos recompensados com uma condição alucinante, que nos permitiu novamente um pouso seguro no gramadinho seco da Esplanada. A quantidade de asas chegando ao mesmo tempo exigia atenção ao aproximar. Hoje o vôo foi ainda mais rápido do que ontem, acabei voando praticamente na mesma rota do dia anterior, com pequenas alterações, concluindo o percurso em uma hora e quarenta minutos. Brasília é assim, só mesmo estando aqui para entender e curtir ao máximo.

Demorou mas a espera valeu à pena.

Até que enfim minha asinha chegou, e a estréia não poderia ter sido melhor. Hoje cedo já me ligaram da transportadora dizendo que poderia retirar o brinquedo. Não deu outra, formei a barca com o Ratão e Luciano, locais do cerrado, e fomos direto para lá. Asa na mão, sem muita pressa seguimos para a decolagem. Chegamos um pouco tarde e por isso acabamos sendo os últimos a decolar, mas isso não fez diferença alguma. As camadas de cirrus que vinham predominando desapareceram e no meio da manhã até umas modestas nuvens se formaram, mas logo se dissiparam, serviram apenas para mostrar que o teto estava alto e o dia prometia. O vôo foi só alegria, com um único momento abaixo dos 500 metros, próximo à Lagoa Bonita, mas tinha que ter algo por ali. Não deu outra, aquela água toda começou a se agitar e aí foi só jogar em cima e com paciência centrar a termal. Depois só alegria, as fogueiras foram parceiras no restante do vôo e a farofa predominou. Que vôo, show de bola. Cheguei na Esplanada com duas horas e dez minutos tirando de Sobradinho com 1650 metros, acelerei bastante mas o brinquedo não descia, cheguei com uns 500 metros no gramadinho e lá apenas quatro asas já pousadas, já que a prova do campeonato foi mais extensa hoje. Botar o brinquedo em solo ainda levou um tempo pois a panela de pressão tava bombando. Pouco depois veio chegando a galera, um por um, Patrick, Marcelo, Evandro, Robô e Tingão. Foi um dia alucinante. Já no campeonato, o brasiliense Glauco Pinto, revelação total, matou a prova de 128 km em duas horas e meia, chegando seis minutos à frente do segundo colocado, Nenê Rotor (SP). Abaixo, tela do vário/gps com os dados do vôo e outras fotos: 1.725 de altura máxima, 7.4m/s pra cima e 8.5 m/s pra baixo.





5º Dia de prova em Brasília.


Como há muito não acontecia no campeonato brasileiro, o aproveitamento nesta etapa de Brasília tende a ser de 100%, com sete dias de provas sendo realizadas. Tudo indica que o resultado ficará mesmo para o última dia, sábado, pois as pontuações estão bem próximas, os pilotos muito regulares e a partir de agora será aplicado o descarte. Até o momento a única coisa que parece estar definida é a soberania de Nenê Rotor (SP) e André Wolf (RS), os caras estão voando demais, sempre à frente e puxando o ritmo. Hoje o Nenê cruzou a chegada rasgando a mais de 100km/h, seguido de perto pelo André. Os dois têm se revezado na disputa. Das barcas catarinenses que permanecem em Brasília, hoje foi o dia do Tingão, que pousou faceiro no gramadinho da Esplanada. O velho Tinga tem dado altos vôos mas hoje seu prêmio foi especial, com direito a uma cervejada na Esplanada.

4º Dia de prova em Brasília.

Mais um dia com muito cirrus no vale do paranã. Prova de 89,7 km com pilões na Olaria, Morro da Capelinha, Arado da Embrapa, Sobradinho e goal na Esplanada. Muitos pilotos no caminho mas também boa parte deles no goal. Com exceção do Glauco Pinto (DF), que caiu em direção ao segundo pilão, as primeiras colocações foram novamente divididas entre André, Nenê e Durand. Resultados logo mais no Superrace.


Catarinenses na Esplanada.

Em mais um dia difícil, de vôo no azul e térmicas na casa dos 5 m/s, Ivo e Robô foram os únicos catarinenses na Esplanada. Os dois eram só alegria, não se teve notícia do resto da turma. No brasileiro prova de 122km, com pernas no contra-vento. Destaque para os três primeiros colocados, André Wolf (RS), Glauco Pinto (DF) e Jon Durand (AUS), que abriram mais de 20 minutos de vantagem para o quarto colocado, Nenê Rotor (SP). Com isso as primeiras colocações devem sofrer alterações. Destaque absoluto no evento tem sido o piloto de Brasília Glauco Pinto, que terminou 2007 como campeão brasileiro na categoria ascendente e que, mesmo sem ter corrido a primeira etapa principal e as demais regionais, tem arrepiado em Brasília, dando trabalho e tirando o sono de muitos veteranos no esporte.


Mais um dia de céu azul...

Brasília amanheceu outra vez com um azul intenso no céu. Tudo indica que o terceiro dia de provas será novamente caracterizado pela ausência de nuvens, mas isso não vai impedir que uma revoada de asas chegue à esplanada. Ontem não foi possível, mas esta tarde estarei lá para ver a chegada da competição e torcer para que os catarinenses que ainda estão pela terrinha consigam pisar no gramadinho seco da capital. Vale a pena conferir no blog do Superace os resultados da competição dia a dia, além é claro dos vídeos do Jon Durand, que virou comentariasta do campeonato. O que chama a atenção é que faz as filmagens, narra e ao mesmo tempo luta para manter a liderança em cada vôo.

Dia mais difícil para os free-flyers.

Mais um dia de céu azul. Como ainda estou sem equipamento resolvi apenas acompanhar os pousos na Esplanada. John Durand foi o primeiro a chegar no gramado, com uma diferença de quase três minutos para os demais pilotos do pelotão líder. Cerca de 40 asas, a grande maioria delas de pilotos inscritos no campeonato deram um colorido especial à Esplanada dos Ministérios. Das barcas catarinas destaque para o Lulu Marvilha, que acabou fazendo o melhor vôo do dia, pousando na região do Lago Norte, a poucos quilômetros do gramadinho, com um sorriso de orelha a orelha, característico de quem fez o melhor vôo da vida. Nenhum catarinense na capital. Lamentavelmente os equipamentos do Toninho Bambu (cinto, vário e documentos) foram furtados. Ele os deixou próximo à estrada para facilitar a visualização para o resgate enquanto desmontava a asa. Alguém encostou de carro e levou tudo embora. Pelo jeito não são apenas os políticos que andam roubando por aqui. Atenção a todos tanto na rampa quanto enquanto esperam o resgate, com a divulgação do campeonato muita gente das redondezas tende a comparecer para acompanhar as decolagens, muitos dos quais cheios de más intenções. Informações oficiais sobre o Campeonato Brasileiro, tais como provas e pontuações, estarão sendo divulgadas no blog do SuperRace.

Uma barca que naufragou.

Pior do que não poder vir a Brasília durante a temporada de vôos só mesmo estar aqui na capital sem o meu brinquedo preferido, minha asa, com os pés no chão e pensamento no alto. É o que estou passando nesses dois primeiros dias na cidade. Cheguei de avião na sexta pois tinha o casamento de um amigo, mas estava tranquilo porque tinha formado a barca com o Robert que traria minha asa. Isso mesmo, traria. Por motivos que o impediram de vir na última hora a "barca naufragou", quase chorei... Como foi na saideira todos já tinham partido pra Brasília e minha asa não pode aproveitar a carona de ninguém, lá está em Camboriú, triste, solitária e na umidade de uma garagem. Agora só resta aguardar pela transportadora e torcer para que a asa chegue inteira.

A grande águia de Brasília.


Que Brasília tem na sua estrutura arquitetônica central a figura de um avião não é novidade para ninguém. Por algum motivo assim se deu a sua concepção, nos traços de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Por outro lado, o lago Paranoá, outra criação do homem, um artifício para amenizar os problemas de baixa umidade nos períodos de seca, ter justamente a forma de uma grande Águia, aí já é concidência demais. Tudo nos leva a crer que realmente Brasília foi feita para voadores.

Aprendendo a voar...


1998 - eu aprendendo a voar no Morrote, Brasília/DF

Pois bem, muitos agora podem estar se perguntando: lugar para decolar em Brasília todos já sabem que existe (ver postagem anterior), mas como é que se faz para aprender a voar por lá, já que não existem montanhas ou morros. Será que utilizam técnicas do vôo a reboque? Longe disso, na natureza nada se perde, tudo se transforma, se cria, principalmente se por perto existir um ser humano obstinado e que não se cansa de perseguir um sonho. Com o vôo livre de asa delta em Brasília não foi diferente, Ricardo Ortega, um apaixonado pelo esporte, ícone dos primórdios do vôo livre nacional, batalhou para que a cidade tivesse um local para instrução de novos pilotos, foi daí que surgiu o "Morrote". Em uma área verde meio que abandonada, na região mais nobre da Capital, nada existia além de mato. Ortega percebeu o potencial do local e com persistência conseguiu transformar o lugar na base de perpetuação do esporte em Brasília. Conseguiu apoio e saiu em busca das autorizações burocráticas necessárias, e lentamente, carrada após carrada. entulhos foram sendo ali depositados, até dar lugar a um morrinho artificial, despretensioso, mas que hoje goza de estatus de parque, onde é possível tornar realidade o sonho de voar. Comigo foi assim, quando ainda nem grama existia naquele Morrote, durante meses comi poeira, subia o morro carregando a asa nas costas para decolar, pousar e decolar novamente, isso nos idos de 1998, dez anos atrás. Atualmente toda a área é protegida. Por sobre os entulhos e a poeira agora existe um belo gramado. O anfiteatro merecidamente deu lugar à sede da Associação de Vôo Livre do Distrito Federal (AVLDF). Que assim continue sendo por muitos e muitos anos e que o grande mestre dos ares e querido amigo Ortega por lá esteja sempre, com novos e velhos alunos reunidos, mesmo nos dias de vento virado, nem que seja para apenas falar sobre a maravilhosa arte de voar.

Brasília sedia mais uma etapa do Brasileiro de Asa.

Brasília, por muitos denominada a terra do Dust Devil, será palco, nos dias 09 a 16, de mais uma etapa do Campeonato Brasileiro de Asa Delta. Pilotos dos quatro cantos do Brasil são aguardados para o evento, tanto aqueles que estarão na disputa de pontos para o ranking, quanto free flyers que não abrem mão de uma temporada de vôo no cerrado. Desde 1983 Brasília sedia etapas do circuito nacional. Tudo bem, não existem montanhas no planalto central, mas mesmo assim Ele deu um jeitinho de aproximar o homem daquele estonteante espetáculo natural que é o céu de Brasília. Uma falha geográfica localizada próxima à cidade de Formosa, a noventa quilômetros da Capital, divide o planalto em dois platores, num desnível de cerca de 560 metros. A escolha/descoberta do local de onde hoje decolam as asas não foi acidental. Conta a história do vôo livre de Brasília que um voador carioca, professor de geografia, transferido para capital não se contentou com o fato da ausência de montanhas e resolveu estudar os mapas cartográficos da região na ânsia por voar. Acabou encontrando o local onde hoje se situam as rampas de decolagem, atualmente naturais e sem comparação às primeiras que ali existiram e ainda podem ser vistas do alto, de concreto, estreitas e perigosas foram impiedosas e responsáveis por inúmeros acidentes. Informações sobre o campeonato podem ser encontradas no site oficial do evento ou ainda no site da AVLDF.

Piada de voador.

Sábado, como de hábito, me levantei cedo, coloquei meu agasalho, vesti-me silenciosamente, tomei o meu café e até fui caminhar com o cachorro. Em seguida, fui até a garagem e amarrei minha asa no rack do meu 4x4. De repente, começou a chover torrencialmente. Com a chuva, ventos a mais de 80 km/h. Liguei o rádio e ouvi que o tempo seria chuvoso durante todo aquele dia. Voltei imediatamente pra casa, silenciosamente tirei minha roupa e deslizei rapidamente para debaixo dos cobertores. Afaguei as costas da minha mulher suavemente e sussurrei: - O tempo lá fora está terrível. Ela, ainda meio adormecida, respondeu: - Você acredita que o idiota do meu marido foi voar com esse tempo?
piada extraída da lista yahoogrupos AmigosVoadores