Retorno ao Escalvado.

Com o sol brilhando e a interdição do acesso a alguns morros na região do Vale do Itajaí, as rampas do Escalvado voltaram a receber as asas que há algum tempo estavam desaparecidas. Mais uma vez fora do melhor horário, chegamos juntos no sábado para uma boa brincadeira. Ivo puxou o vagão seguido pelo Robert e João Rotor. Decolagem técnica, nada de ventinho de frente, o que se verificava era uma rotozeira constante, daquelas que a birutinha presa ao cabo girava a cada instante. Essa condição acabou atrasando em mais alguns minutos a decolagem do segundo pelotão. Quando decolamos Beto e João já haviam feito a primeira tirada, mas com pouca altura. Dos três apenas o Ivo ainda insistia tentando se manter no ar, com térmicas muito quebradas e fracas. Como não dava para ganhar muita altura saímos eu, Dingo e Ivo com uns 600 metros para buscar a próxima térmica ao lado da BR-470. Realmente não estava fácil, só pra ter idéia, nessa hora o Beto, que tinha saído bem antes, chegou baixo para se juntar a nós enquanto achávamos que ele já estava bem adiantado. Subimos nos ajudando na turbulência, e o vento tinha apertado bastante. Como não sou tão "guerreiro" como o resto da gangue, quando eles tiraram optei por insistir um pouco mais e nisso consegui ganhar mais 200 metros e alcançá-los mais à frente, na região do Baú Baixo, em uma posição mais confortável. Depois agradeci por isso, pois essa área foi justamente aquela onde aconteceram grande parte dos deslizamentos durante a última enchente e embaixo tudo era lama. O que antes eram arrozais agora mais parecia um mar de lama. E lá estavam eles, Ivo e Dingo, baixos, sem opção de pouso, ralando pra tentar garantir a saída daquele buraco. Conseguiram, mas sem altura salvaram apenas um pouso seguro. Passei a diante mas cheguei baixo no que poderia ter sido mais um gatilho, mas não tive gabarito pra arredondar aquela térmica, forte e turbulenta, que acabara de se desprender, pelo menos não na altura que estava. Fiquei então no km 17, já pousando com a ventaca. O Robert ganhou na minha cabeça, subiu uns 300 metros e se juntou ao João Rotor que havia pousado no trevo de entrada para Gaspar, no km 23. Ninguém conseguiu chegar ao teto, fui o mais alto no dia e não passei dos 800 metros. De qualquer forma, o vôo foi ótimo com todos juntos de termal em termal. É possível que fosse melhor se tivéssemos decolado mais cedo e voado em condição de vento moderado por mais tempo, mas vai saber não é. Vôo livre é assim mesmo, uma caixinha de surpresas.

Domingueira em Salete.

Nesse domingo, fizemos a barca para Salete/SC. Adistância era longa, cerca de 250 km, eu e Robert já saímos atrasados de Balneário, às 9:30h, com parada em Indaial para embarcar o Dionei e seu pai, Jair, que salvou o resgate da turma. Chegamos à rampa uma da tarde, toda a galera que estava lá desde sábado já tinha decolado, alguns pousados e outros na tirada, longe de nossas vistas. Mesmo assim fizemos aquela montagem rápida e meia hora depois estávamos em vôo. Já tinha ido a Salete antes mas numa condição de prego certo tinha optado por nem montar o brinquedo. Dessa vez a condição estava mais bonita, mesmo um pouco fora do melhor horário ainda poderia rolar um bom vôo. Robert na frente, Dionei na seqüência e eu logo em seguida. Ganhei a rampa logo no segundo bordo, mas não me prendi muito por ali, joguei para o buraco em direção a um gatilho que funcionou bem, subimos juntos eu e Robert. O Dionei não conseguiu subir e acabou ficando por ali mesmo. O teto estava 1850 metros a nível do mar, sendo que o desnivel da região é de 400 metros. Partimos para a primeira tirada em direção à cidade de Taió, na metade do caminho engatamos em outra e foi bom estarmos juntos pois um ajudou bastante o outro na subida, já que as térmicas estavam muito falhadas abaixo dos 800m. Dessa vez fomos ao topo, o Beto entubou e partiu para nova tirada, saí um pouco atrás e optei por abrir a rota um pouco mais a leste de Taió enquanto ele seguia mais a oeste. A opção dele foi a melhor, não consegui mais nada consistente e fiquei no quilômetro 19, com gostinho de quero mais. Lá de cima tudo parecia bem plano, mas era morrote pra tudo que é lado. Pela primeira vez fiz um pouso chapando num morro. O local para aproximação era bastante complicado mas a chegada ao solo foi perfeita e a localização perfeita para o resgate, atrás do posto da polícia rodoviária. PS.: não indico esse pouso pra ninguém, cheio de obstáculos. O Beto continuou seu vôo mas acabou ficando no quilômetro 32, às margens da BR-470, mesmo estando alto na região a condição se dispersou e as alternativas ficaram escassas. O lugar tem alto potencial para o cross, boas opções de rotas em vários quadrantes, vale a pena, mas como é muito longe o ideal é a investida para mais de um dia. Do primeiro pelotão o Ivo mandou 49km, o Victor pousou em Mirin Doce e o Cláudio de Joinville próximo à 470, na rota para o morro do Funil, mas não se a distância de nenhum deles. Em breve estes vôos devem estar lançados no Flexicotton, que agora tem mais uma rampa cadastrada no Estado de Santa Catarina, Salete.

Depois da tempestade vem a bonanza...

Bem, por aqui a bonanza vai demorar um bom tempo a chegar e acho até que esse ditado não seria muito bem visto, já que os estragos foram imensos para milhares de famílias. Mas, passada a tormenta, agradecido por nada ter sofrido, retorno às minhas postagens após quase quinze dias para dizer que o acesso às rampas do Escalvado/SC econtra-se totalmente liberado, como se nada tivesse acontecido por lá, apesar de ficar a menos de dez quilômetros de uma das regiões mais atingidas, o alto do Baú, no Município de Ilhota. Portanto, quem estiver na pilha de dar aquele vôo sem ter que ficar muito tempo na estrada, fique sabendo que a estrada está ótima. Mas atenção, se por terra está tudo tranquilo, no ar, é bom ficar atento, pois o tráfego aéro é intenso já que muitos helicópteros continuam sobrevoando a região soterrada no pé do morro do Baú. Bons vôos...

Ah São Pedro, chega de chuva...

Ninguém contradiz o fato de que o ser humano tem maltratado, desde os primórdios, seu próprio lar, a Terra. Independente de toda controvérsia que gira em torno de sua origem - particularmente acredito na atuação de forças supremas - é um lugar cheio de belezas, encantos e recursos para prover a vida e proporcionar a alegria dos voadores em cada continente. Mas, nem tudo é só maravilha. Toda ação provoca uma reação, e quando se trata de forças da natureza os estragos costumam ser grandes. Aqui em Santa Catarina a situação está crítica há muito. Nos últimos meses Sol e Lua tem sido astros pouco vistos por aqui. Voar tem sido prazer raro. A chuva não pára. Os institutos climáticos já falam em alterar a medida dos índices pluviométricos de milímetros de chuva para oceanos de chuva. Ah São Pedro, dá uma trégua pra gente, prometemos ser mais cordiais com o meio ambiente. Acima foto tirada da janela do escritório na tarde desta sexta-feira de inundações em Balneário Camboriú e Itajaí.

Robert Etzold é novamente campeão.

Robert Etzold conquista, pela quinta vez, o título de campeão catarinense de vôo livre na modalidade asa delta. Infelizmente a condição não ajudou e a última etapa do CCAD 2008, realizada na cidade de Pomerode não teve provas válidas para o Catarinense. 

De qualquer forma, valeu o empenho de todos os envolvidos na organização e dos pilotos, amigos e familiares que compareceram em peso e transformaram o evento em mais uma grande confraternização de voadores. 

Sem alterações na classificação das categorias principal e ascendente o campeonato terminou com Robert Etzold, de Balneário Camboriú, sagrando-se, merecidamente, o campeão de 2008, ficando o vice campeonato, novamente, com o blumenauense 

Ricardo Dingo. Victor Diniz, de Indaial, da nova geração do vôo catarinense, terminou na terceira colocação prometendo dar trabalho em 2009. No sábado, apesar da presença do sol, os ventos não deram trégua e predominaram de cauda durante toda a tarde, comprometendo a segurança das decolagens. 

Mesmo assim, num momento em que ainda se acreditava na virada dessa condição, a comissão de prova definiu um corrida ao gol, que seria na cidade de Apiúna, 34 quilômetros da decolagem. 

Tingão, de Floripa, representando os dinos do esporte local, deu início à prova com uma bela decolagem, cheio de determinação, aproveitando uma paradinha do vento. Birutou a primeira do dia. 

As decolagens se seguiram espaçadamente, sempre que o ventinho aliviava um pouco alguém se jogava, literalmente em alguns casos. Alguns pilotos optaram por não decolar. A prova foi escolhida em contra-vento acreditando-se na virada de quadrante o que, infelizmente, não aconteceu. 

O resultado foi a ausência de pilotos no gol, apesar da insistência e batalha de alguns, como Robert e Dingo que, mesmo tendo voado mais de duas horas, sequer superaram a barreira dos 20 quilômetros. Foi uma dança difícil, um pra frente e dois pra trás. 

No domingo já nem importava mais o quadrante de vento, pois o dia amanheceu chuvoso na região. É isso aí, parabéns ao Penta Campeão e a todos os demais que contribuíram para realização de mais um belo Campeonato Catarinense de Asa Delta! Valeu galera...

Última etapa do catarinense de asa 2008.

Pomerode volta a sediar uma etapa do catarinense de asa. Com decolagens do Morro Azul, acontece no próximo final de semana, 15 e 16, a última etapa do Campeonato Catarinense de Asa Delta 2008. Os pilotos locais Victor, Isac e João Rotor, em parceria com o Clube de Vôo Livre da Galera estão à frente da organização do evento que, se São Pedro permitir, tem tudo para ser uma grande festa, com a presença de pilotos dos quatro cantos do estado de Santa Catarina na disputa pelo título de 2008. A briga segue acirrada entre os pilotos Robert, de Balneário Camboriú, Dingo, de Blumenau e Victor, de Indaial, mas outros pilotos ainda têm chances de levar o caneco, restando 2.000 pontos em jogo e a possibilidade de mais um descarte. Até o momento foram cinco as provas válidas pelo CCAD 2008, com etapas realizadas nas cidades de Escalvados, Canelinha, Jaraguá do Sul e Gaspar. Confira a classificação. Os waypoints do campeonato estão disponíveis no link ao lado, baixe com antecedência para o seu GPS, dessa forma você facilita as coisas para si e também para a organização. Compareça, somos nós quem fazemos o evento, a presença de cada um é sempre importante.

Vôo Bom?! Só se for em outro Estado.

O clima aqui em Santa Catarina nos últimos meses tem deixado os voadores com as asas de molho. Sol, raramente se vê e ausência de chuvas merece até comemoração. Cansado da monotonia dos charcos e na fissura por um bom vôo Ivo viu-se "obrigado" a levar sua asa em uma viagem de trabalho para ver se conseguia tirar um pouco do mofo. E não é que ele conseguiu muito mais do que isso. No sábado 25, esticou sua ida a São Paulo seguindo em direção a Andradas/MG. Decolou do Pico do Gavião com toda a galera de sampa e só foi pousar em Atibaia/SP, mais de 130 km de vôo. É isso aí Ivo, parabéns pela iniciativa e pelo belíssimo vôo, pelo um de nós recarregou as bateriais e está de cabeça feita. Ficamos todos por aqui com a aquela invejasinha inofensiva.

Vôo livre na mídia.

Nos últimos trinta dias o vôo livre de asa delta ganhou mais destaque na mídia do que durante todo o ano de 2007 e, quem sabe, 2006 juntos. Isso graças ao ingresso em nossa tribo do homem pássaro, Luiz Henrique Tapajós Antunes dos Santos, o "Sabiá". Recentemente, o número 1# do base jump no Brasil tomou gosto pelos vôos de asa e parece que se apaixonou. Desde então, além de se dedicar bastante ao aprendizado e evolução no esporte, tem sido responsável pelo lançamento na mídia televisiva e eletrônica (internet) de matérias sobre o vôo que têm feito a cabeça de voadores nos quatro cantos do país. Sempre desejamos mais espaço e apoio da imprensa para o esporte. Mais do que isso, lutamos pela inserção de matérias positivas/ educativas sobre o vôo, seja ele de asa delta ou parapente, ao contrário do que estamos acostumados a ver, geralmente aquele estardalhaço toda vez que um acidente ocorre. Esse apoio que começa a surgir é de grande importância e vem somar ao trabalho "informal" de inúmeros aficcionados que, graças à tecnologia da internet, lançam diariamente em seus blogs notícias, informações, fotos e vídeos os mais variados sobre o vôo livre, achatando as fronteiras e desmistificando nosso esporte. Por essas e outras a comunidade do vôo anda mais feliz ultimamente. As matérias têm sido divulgadas pela emissora ESPN e podem ser acessadas no planetaexpn.

Definida equipe brasileira no mundial 2009.

Terminada a temporada de competições de 2008, está definida a equipe brasileira que irá disputar o Mundial de Asa em 2009, na cidade de Laragne, na França. O país será representado nesta 17ª edição pelos pilotos Nenê Rotor (SP), André Wolf (RS), Zé Gala (RJ), Michel Louzada (SP), César Castro (RS) e Geraldo Magela (RJ). A elite brasileira é composta, de forma equilibrada, por paulistas, cariocas e gaúchos, o que não é surpresa alguma, já que os três Estados são os grandes celeiros do vôo livre nacional. O Brasil esteve representado nos mundiais desde sua primeira edição, que aconteceu em Kossen, na Áustria, em 1976. Em 2005, pela primeira e única vez o país deixou de participar. A competição foi realizada em Hay, na Austrália. As melhores participações brasileiras aconteceram em 1981, quando Pepê Lopes sagrou-se campeão mundial na cidade de Beppu, no Japão; e em 1999, na Itália, Monte Cucco, onde os brazucas conquistaram o primeiro lugar por equipes, com o gaúcho André Wolf na 2ª colocação individual, poucos pontos atrás de Munfred Hummer; o carioca Pedro Mattos em 3º e o gaúcho Betinho Schmitz em 4º. Em 2007, em Big Spring, Texas/USA, a participação brasileira foi frustrante. A equipe chegou como favorita ao título mas acabou amargando uma pálida 9ª colocação, apesar do elevado nível técnico de seus pilotos. Nenê Rotor foi o brasileiro melhor colocado e terminou o campeonato na 19ª posição. Da equipe, que é constituída pelos seis pilotos com melhor pontuação no ranking nacional, apenas André Wolf e Nenê Rotor têm experiência em mundiais, o que, acredito, não deve ser tido como um fator prejudicial. Nenê esteve presente nas edições de 1988, 1989, 1991, 1993, 1998, 2001, 2003, 2007, e André Wolf em 1995, 1998, 1999, 2001, 2003, 2007. É isso aí, boa sorte aos brazucas e que consigam na França manter a técnica e regularidade que têm apresentado nas competições nacionais. Informações sobre o mundial, clique aqui. FONTE: Blog do SuperRace.

Flexicotton 2008: deu "pau" no servidor!!!

ATENÇÃO pilotos inscritos no campeonato de cross country catarinense, o Flexicotton, devido a problemas técnicos no servidor que hospeda o site da competição os registros dos vôos enviados a partir do dia 01/09/2008 foram perdidos, como também as inscrições realizadas após esta data. A organização solicita que os vôos perdidos sejam reenviados e as inscrições refeitas. Com o relançamento dos dados o campeonato seguirá normalmente. A boa notícia é que já está disponível no site nova versão do programa para download dos vôos, tendo sido corrigidos os problemas relacionados ao envio de vôos dos GPS Flytec 5020, 5030, 6030, Compeo e Competino.

Afiando os braços para o recorde.

Na foto ao lado André Nardelli e família, na rampa. Abaixo, o relato do vôo de 209,9 km, realizado uma semana antes da quebra do recorde, quando já estava cheio de más intenções e afiava os braços para o que viria a seguir. "Foi mais ou menos assim: Tufão na decolagem e só eu de piloto com um cabo apenas ... quase fui cuspido p/ trás da rampa antes da hora, mas numa merrecada consegui decolar! merrecada? a asa foi subindo e indo p/ trás ... estica mais ... pica ... ufffa ... nisso vi que acabara que chegar o Bruno p/ voar (putz, 1 minuto antes e ele teria me ajudado a decolar de uma maneira menos imprudente) ... fui obrigado a "emprestar" o resgate p/ ele ter pelo menos dois cabos! (o ideal eram 3) Eu tava tão focado em fazer um cross p/ Itaberaí que não percebi que a previsão de E e E/NE no fim do dia estava totalmente furada! Resultado, fui p/ passaporte, levei porrada de tudo que é jeito, afundei tudo e quase fico sem pouso no meio da turbulência. Ali, tava era quase sul ... e forte ... descobri da pior maneira possível!!! Voltei mau-humorado, assustado e suado p/ rampa e já fui logo falando no rádio que iria pousar no boteco da Lagoa do Jacuba (prox. Agua Fria), tomar um banho e encher a cara ... mas como piloto já é mentiroso em terra firme, lá em cima então que não dá p/ confiar mesmo ... passou o susto, esfriou um pouquinho e rapidinho mudei de idéia e peguei gosto pelo vôo novamente. Nisso foi quase uma hora jogada fora, p/ quem queria ir longe era um tiro no próprio pé! (13h e ainda tava na rampa ...) Era um dia de muito azul e as poucas nuvens estavam sempre na robada ... passei por Córrego Rico e fiquei baixo logo após ... lembrei do "talco" que é a estrada lá e acabei dando um jeito de subir ... nisso o Bruno desiste de voar e libera o resgate. Só lembro de pedir p/ Leo acelerar bastante pois eu iria cortar caminho pelas terras de malboro e ele já estava muito p/ trás. Ganhei bastante altura e atravessei com certa tranquilidade a serrinha sem precisar dar a tradicional e única volta por Mato Seco ... não sei de onde o google earth tirou que existe outra estrada ... não existe ... é só robada!!! Nisso o rádio já começava a dar sinais de que não seria um vôo daqueles tranquilos, com resgate por perto, etc. ... eu ouvia relativamente bem mas o carro reclamava que chegava tudo muito falhado, repete, etc. Quando estava já alto antes de Pe. Bernardo consegui um contato legal com o rádio ... mas nem foi tão legal assim: o pneu furou e o estepe, comprado de última hora no borracheiro da esquina, estava vazio! (obrigado ladrõeszinhos de estepe de caminhonete). Nem o compressor desses de camelô que liga no isqueiro do carro resolveu ... o bico estava estragado e não segurava ar muito tempo ... ia ser uma longa viagem até o prox. vilarejo ... só deu p/ falar p/ Leo não forçar a barra e se fosse o caso pegar uma carona e voltar depois, etc. ... tava sozinho de novo!!! Mais tarde ouvi no rádio que um caminhoneiro parou e indicou uma borracharia a uns 6km mais p/ frente e 1km fora da estrada que ninguem conhecia ... não é que existia mesmo ... foi a salvação da pátria ... (obrigado Senhor). Não consegui falar, mas pelo menos sabia que o problema do carro já estava encaminhado! Daí p/ frente nem ouvir mais conseguia ... então aproveitei p/ esquecer a rodovia, e voar onde eu achava que a condição estava melhor! (como se eu voasse na rodovia normalmente ... rsrsrs) Por ironia do destino aonde estava mais fácil (uma fogueira gigantesca, aliás um área enorme pegando fogo, eram várias fogueiras) foi onde fiquei mais baixo ... dispensei a primeira porque queria no mínimo um +5 ... e acabei foi despencando de vez sem que o canhão me pegasse ... apesar de estar voando no meio da fumaça e com fogo em baixo!!! Isso era bem a direita de 2 irmãos e a região me lembrou muito os vales europeus ... tava lindo, legal, diferente ... mas pô ... é longe de tudo e preciso subir caramba! Já que seguir a fumaça não estava dando muito certo, resolvi fingir que não tinha fogo em baixo e procurei no relevo onde seria o gatilho em situações normais com aquele vento ... não é que deu certo, subi rápido e coloquei a maior altitude do vôo todo! Toquei p/ Barro Alto na certeza que dessa vez chegaria (já morri na praia ali algumas vezes)... Não é que cheguei ... e agora? esse era o último ponto que eu tinha gravado ... sem ajuda de gps e já cabeção do vôo, comecei a "viajar" e confundi a estrada que eu estava com a de Niquelândia que eu lembrava (pelos mapas) que ia voltando e era robada! Nisso vi uns floquinhos estavam na direção do poente e acabei tomando coragem p/ atravessar os morros de Barro Alto ... no fundo eu já sabia que tava fazendo besteira, mas não enxergava direito por causa da sujeira no ar e sol na lata ... quando deu p/ ver o que tinha do outro lado aí sim tive certeza que tinha feito mer#% ... e já não dava mais p/ voltar ... era só estradinha sem vergonha e nada por perto ... ainda passei em cima de um vilarejo cuja estrada era na perpendicular e não ajudava muito ... paciência ... o jeito era continuar voando que uma hora chegaria na belém-brasília! Só que não cheguei e ainda fiquei baixo mais uma vez, só que agora em terras totalmente desconhecidas, sem muita perpectiva, sem rádio e sem saber qual a direção da saída mais próxima... quando já tava numas de procurar uma fazenda ou algo parecido p/ passar a noite... esbarrei sem querer num piriri que meu salvou... Depois de uma certa altura, avistei uma estrada de terra boa que mais na frente tinha uma balsa p/ atravessar um rio... se tem balsa, tem bar... tô salvo, pensei!!! Ouvi o rádio chamando e só consegui falar p/ Leo dormir em Barro Alto que no dia seguinte ficava tudo mais fácil ... não ouvi a resposta dele e também não tinha certeza se ele tinha me ouvido. Avistei uma cidade "grande" na beira do asfalto mas de novo fui "gulosão" e joguei mais a esquerda numa fumaça ... se tivesse passado por cima da cidade que seria o mais natural, teria visto o asfalto que ia p/ Hidrolina e aí era só ter calma, enroscar em qualquer zerinho que só na paciência (deriva) chegava! Mas enfim, com a decisão errada que tomei por estar perdido e o com o que eu dispunha no momento, só me restava bater o recorde (que seria por diferença ridícula) e dormir no mato ... dormir no mato ... naaaão ... peraí ... lembrei de tudo que já tinha superado antes, das chances que me deram, do pneu que apareceu borracheiro do além, dum bom banho, comida e cama limpa ... e resolvi não abusar mais da sorte ... encarei o ventão contra e voltei p/ pousar na cidade. Foi uma longa volta ... a asa não penetrava ... aproveitei p/ relaxar e curtir o visual! Mas, foi a melhor coisa que poderia ter feito ... pousei num descampado que era um verdadeiro aeroporto internacional ... do lado de um poste de iluminação e a 60mts de um orelhão!!! Rapidamente descobri que meu celular não funcionava na região (estaria no mato e na lama) e principalmente que estava muito mais próximo de Barro Alto do que imaginava... aliás, até então, eu não tinha a menor idéia de qual caminho o carro deveria seguir... Não consegui contato com o Leo, mas liguei em casa e pedi p/ ficarem tentanto, e também p/ passarem mensagem de texto com o itinerário p/ me achar! Desmontei a asa com toda a calma do mundo (o poste era filé, iluminação total), guardei a asa na casa de uma família que me deu jantar e parti p/ pousada já com tudo resolvido! Fiz uma última tentativa de rádio já totalmente sem esperança ... e caraca ... a resposta veio rápida, alta e clara ... o Leo já estava na cidade... show... o cara é profissional ... (ele já tinha arrumado um lugar p/ dormir em Barro Alto e já tava de banho tomado quando chegou a mensagem de texto... se informou no posto de gasolina e veio rápido!) Pouco mais de meia-noite e já estávamos chegando em Brasília... inacreditável... principalmente pelas circunstâncias!!!"

Nenê Rotor fatura o brasileiro de 2008.

Com o cancelamento do último dia de prova em Carmo do Rio Claro, devido à instabilidade do tempo, chega ao fim o Campeonato Brasileiro de Asa Delta 2008 e, apesar do gaúcho André Wolf (Moyes Litespeed RS) ter levado o caneco da etapa, foi o paulista Nenê Rotor (Wills Wing T2C) quem faturou o título de campeão brasileiro. Nenê é um dos poucos pilotos da primeira geração do esporte no Brasil que continua presente no circuito de campeonatos. Com essa vitória ele sagra-se pentacampeão brasileiro, com títulos conquistados nos anos de 1989, 1991, 1998, 2005 e 2008. Espanta o nível técnico, regularidade e arrojo do piloto paulista, que constantemente tem feito médias superiores aos 50 km/h na maioria das provas em que participa. Quando não é um, é outro. Nenê e André, são sempre eles a puxar as provas, a buscar as térmicas, sair para as tiradas. Não é por menos que a diferença entre os dois nesta última etapa foi de apenas 86 pontos. Nenê não pára, vive do esporte, como profissional, dealer e fabricante de produtos voltados ao meio. Representa a fábrica de asas Wills Wing e produz os cintos Rotor, de qualidade reconhecida internacionalmente e exportados para todo o mundo. Esta etapa contou com a participação de apenas 27 pilotos, mas seu brilho não foi menor por isso. À exceção do último, todos os dias contaram com boas condições de vôo e excelentes provas foram realizadas. Definitivamente, parece que a região entrou para o circuito dos campeonatos, e o visual, pelo que se pôde ver nas imagens divulgadas, é alucinante. Parabéns à organização do brasileiro que, mesmo com as dificuldades de sempre, não deixa a peteca cair e vem perpetuando a competição nacional enquanto se renovam as gerações de pilotos. Parabéns ainda a todos os pilotos que lá estiveram prestigiando o evento e aos grandes campeões de ambas as categorias. Para conferir os resultados completos e informações oficiais sobre o campeonato acesse Super Race 2008.

Brasília tem novo recorde de distância.

Como anunciado neste blog em postagem recente, o recorde de distância do DF estava com os dias contados. Foi mais cedo do que o esperado, e aconteceu em dose dupla. Como sempre, a condição de vôo em Brasília durante o mês de outubro não tem decepcionado. Ontem, 15 de outubro, os 225 km do piloto carioca Fabio Nunes, conquistados em agosto de 2006, deixaram de ser o recorde de distância do DF, graças à vontade e determinação do piloto brasiliense André Nardelli que, entre amigos, já havia confidenciado sua obstinação por trazer o recorde de volta para casa. Sem bairrismo é claro. Sua "má" inteção acabou contagiando outros pilotos locais, e o resultado foi um novo recorde em dose dupla, conquistado pelos pilotos André Nardelli e Glauco Pinto, que voaram o tempo todo juntos em rota no sentido sudoeste. Cruzaram todo o Distrito Federal passando ao norte de Brasília, Águas Lindas de Goiás e Anápolis, pousando próximos à cidade goiana de Itaberaí/GO, ficando estabelecido, com isso, o novo recorde do cerrado brasiliense/goiano - 257,4 km. Para conferir os vôos acesse o site do XC Brasil. Parabéns aos calangos voadores André e Glauco pela merecida conquista, de longe estive torcendo pela realização do feito, e fiquei realmente satisfeito por ter acontecido ainda na temporada 2008. PS.: o vôo do Glauco ainda não está disponível no XC.

Carmo do Rio Claro recebe etapa do Brasileiro de Asa.

No período de 11 a 18 deste mês de outubro a cidade mineira de Carmo do Rio Claro será palco da última etapa Campeonato Brasileiro de Vôo Livre 2008. O evento é uma realização da ABVL em parceria com o Instituto Decolar e Prefeitura Municipal de Carmo. Será oferecida premiação de R$ 3.000,00 aos pilotos, dos quais 20% do total serão distribuídos aos melhores classificados na categoria Ascendente. A briga pelo título de campeão em 2008 segue acirrada entre os pilotos Nene Rotor (SP) e André Wolf (RS) - atual detentor do caneco. Mais do que apenas uma disputa entre voadores, está em jogo a hegemonia de duas fabricantes de peso do mercado mundial - Wills Wing e sua T2C, representada por Nene, e a Moyes com sua Litespeed RS, pilotada pelo gaúcho André Wolf. Outros pilotos são também protagonistas na luta pelo pódium, já que as pontuações no ranking atual são muito próximas. Duas gerações do vôo livre nacional chamam a atenção e merecem destaque nas posições seguintes. O simpático carioca Zé Gala, um dos dinossauros do vôo, aparece em terceiro lugar, enquanto que o gaúcho Cesar Castro, representando a nova geração, consagra sua regularidade e técnica firmando-se na quarta colocação. Disputas à parte o importante é que São Pedro colabore e favoreça a realização de bons vôos por todos que irão a Carmo do Rio Claro para prestigiar o evento. Informações oficiais sobre a competição, tais como local, inscrição, hospedagem e outras, podem ser encontradas no site oficial do brasileiro, Superace 2008. Paralelo ao evento acontecem ainda etapas dos campeonatos estaduais Paulista e Carioca de asa.

XC Brasil com disputas acirradas.

Enquanto aqui na região sul as condições recentes não têm sido favoráveis para realização de bons vôos de distância, em outras localidades, como no nordeste e centro-oeste do país, pilotos obstinados voam cada vez mais longe, ganhando destaque com suas pontuações no XC Brasil dos últimos dias. Os pilotos André Nardelli (DF) e Fábio Nunes (RJ), fizeram distâncias superiores aos 200 km, voando respectivamente em Brasília e na Bahia. O carioca Fábio Nunes é o atual detentor do recorde de distância de Brasília, com 225 km voados durante a temporada de 2006, se não estou enganado. Já o brasiliense André Nardelli, que no último ano tinha trocado os vôos de asa pelos de planador, voltou com tudo e busca, até o final desta temporada, levar de volta para casa o recorde do DF. Esse feito quase foi realizado ontem, 08/10, voando 209 km em rota diferente daquela do recorde atual e condições adversas, com predomínio de fortes ventos do quadrante SE. A marca só não foi batida porque André preferiu não dar seqüência ao vôo nas terras de "malboro", já que as dificuldades para o resgate seriam significativas. Acabou optando por voltar e garantir pouso tranquilo e seguro junto à rodovia Belém-Brasília. Mas ele promete não parar por aí e continuar tentando o dia certo até o fim da temporada de vôos em Brasília. No último dia 04 Fábio Nunes fez o seu melhor vôo no XC, em Boqueirão, Bahia, voando uma distância de 214 km e acumulando muitos pontos no OLC.
Confirmada para os próximos dias 22 a 30 de novembro mais uma edição do XCeará, competição internacional de cross country que acontece anualmente na cidade de Quixadá, localizada cerca de 150km de distância da capital cearense Fortaleza. Mais um evento idealizado pelo batalhador Chico Santos, e realizado pela GoUp Brasil. A competição ficou conhecida mundialmente graças ao potencial da região para quebra de recordes de distância. No ano de 2007 foram estabelecidos recordes mundiais e sulamericano na região. O gaúcho André Wolf, voando sua Litespeed RS 4 quebrou a marca sulamericana voando 452 km, enquanto que os pilotos da Sol Paragliders, Marcelo Prieto, Rafael Saladini e Frank Brown, foram ainda mais longe e quebraram o recorde mundial com a distância de 461,8 km. É do XCeará também o recorde munidal feminino de parapente, estabelecido em 2005 por Petra Krausova, que voou 302 km. A competição tem número de vagas limitado e as inscrições já estão abertas. Vamos acompanhar e torcer para que novas marcas sejam estabelecidas.

Sexta no Escalvado/SC.

A condição que se fez presente durante quarta e quinta-feira hoje já tinha outra cara. Muitos ficaram estigados com os últimos dias e se programaram para um vôo nesta sexta, mas logo pela manhã era possível perceber que não seria um dia daqueles. Fui com o Robert para o Escalvado, logo depois chegou o Zé Maria vindo de Pomerode. Céu empacotado e uma lestada que tornou a decolagem "cavernosa". Zé Maria, ainda recuperando o ombro, fez a opção acertada e nem montou o brinquedo, deu aquela força no cabo pra galera enquanto a escudeira Iara segurava uma biruta estrategicamente, o que ajudou muito. Engatamos em uma boa térmica já à direita da rampa, o Beto subiu bem com sua nova T2C e eu tive um pouco mais de dificuldade. Cruzando a cordilheira em direção à BR-470 fiquei mais baixo e caí na influência do rotor, que não estava para brincadeira. Fiz alguns ajuste na regulagem do cinto que não ficaram 100% e acabaram me atrapalhando bastante para enfrentar o rotor com calma. Optei pelo pouso e coloquei minha asa paralela à BR, já que estávamos sem resgate e tínhamos que agilizar a volta. O Robert saiu melhor da térmica da rampa e foi por sobre a cordilheira até seu fim para depois cruzá-la já de caudal, mas também acabou ficando baixo mas sem influência do rotor. Conseguiu ganhar mais uma que o levou ao Morro do Baú, dali para frente muita indecisão em razão dos focos de chuva que apareciam à frente. Acabou pousando no aeroporto de Blumenau, trinta e cinco quilômetros depois, num vôo de cerca de 1:30h. Meu vôo foi daqueles tipo "the flash", praticamente uma única térmica e depois bastante sacode. Victor e João foram a Pomerode mas não decolaram em razão da chuva, já o Henrique optou pelo vôo em Canelinha...

Ideal para uma quarta sem lei.

Há dias predominava aqui no litoral norte de Santa Catarina um clima chuvoso, de céu carregado e muita umidade no ar. Mas nesta quarta-feira tudo amanheceu diferente, ideal para uma corrida na praia, uma volta de bike e, principalmente, para o vôo livre. Como não pude fugir do trabalho acabei ficando com a primeira opção. Sorte daqueles que têm certa flexibilidade profissional e podem aproveitar as boas condições, ao invés de ficar torcendo para que no final de semana role ao menos um solzinho... Às 11:30h era assim que se enxergava o céu da cozinha lá de casa. Que fissura, mas vai ficar para a próxima. Há notícia de que uma barca (Robert, Ivo e João Rotor) partiu em direção a Tangará/SC em busca de bons vôos para somar no XC Catarinense.

De cara nova.

É isso mesmo, o blog agora está de cara nova. Além de um visual incrível como plano de fundo, ganhou também um nome estilizado, digno das logomarcas empresariais. Isso tudo graças ao empenho e à criatividade de um artista dos computadores. Nada mais nada menos do que meu irmão mais velho Paulo Henrique (PH), que num momento de pura inspiração resolveu fazer uma surpresa me presenteando com esse novo layout. Achei incrível, espero que todos também tenham curtido. Infelizmente não sou eu quem aparece pilotando a Litespeed, mas sim o Jon Durand, em uma foto que tirei em Brasília ano passado (2007). Geralmente, quando estou no chão e existem asas no ar procuro registrar o momento, por isso sempre levo uma máquina fotográfica a tiracolo, mas meus "resgates" não costumam fazer o mesmo, razão pela qual não sou eu quem aparece ali naquele cantinho. Mas tudo bem, no próximo dia de vôo prometo pagar uma cerveja extra para que consigam uma boa imagem minha em vôo.
João Rotor sai na frente no Flexicotton aproveitando a boa condição do último final de semana. O tracklog do vôo apresentou inconsistências quando enviado ao programa, computando cerca 43 kms. Sanado o problema, foi disponibilizado o tracklog real, totalizando 51 kms de vôo, com decolagem em Pomerode (Morro Azul) e pouso em Lontras. Com isso, nesse início de competição ele assume a liderança entre o pessoal das asas e aparece na quinta colocação geral (asas e paracas) com apenas um vôo, já que os quatro primeiros acumulam o somatório de pelo menos três vôos. Confira abaixo imagem do vôo.

Ares de primavera fazem a alegria.

Presságios de uma primavera que se aproxima dão sinal de que bons dias de vôo estão chegando em terras catarinas. O sábado foi de boa condição e muito vôo livre em vários picos do Estado. Os catarinenses aproveitaram para encher o tanque e acumular alguns quilômetros na contagem do Flexicotton 2008. De norte a sul muitas asas coloriam o céu. Max e Pieri voaram de Jaraguá em direção a Timbó; Victor e João Rotor, decolando do Morro Azul, pousaram em Lontras e registraram os vôos mais longos do dia, 46 e 43 kms respectivamente. Com eles ainda o Dionei, que batalhou junto mas acabou ficando em Ascurra, feliz da vida com o vôo do dia. Em Santo Amaro a bombaceira tava tanta que a galera não se conteve e partiu para a tirada. Céu de brigadeiro com teto a mais de 2.000 metros. Tingão foi até São Pedro, lá encheu o tanque e numa tirada só voltou acelerado para fincar os pés no pouso oficial da sede do LCVL, enquanto que o Kvalo não resistiu aos impulsos e partiu em direção à Garopaba, e pela perna que fez no contra-vento para estacionar em um pouso seguro, só não levou o brinquedo até Garopa porque não quis. O resultado do dia não poderia ter sido melhor, muita gente no ar, muita diversão e, com certeza, muitas esposas felizes à noite, porque aqueles que voaram no sábado chegaram em casa felizes, românticos e mansinhos. Como fiz meus comentários baseado nos tracklogs enviados ao Flexicotton e emails da lista, vou ficar devendo aqui informações da galera de Canelinha, pois a era da internet ainda não chegou aos voadores de lá, os "pássaros" menos informatizados do Estado.

Divulgado ranking brasileiro atualizado.

Organização divulga o ranking nacional atualizado dos pilotos de asa delta, já lançadas as pontuações das sete provas realizadas durante a etapa de Brasília. Nenê Rotor (SP) e André Wolf (RS) seguem à frente em uma disputa particular pela liderança do ranking, bem como na busca do título de campeão brasileiro de 2008, confira. Destaque para os pilotos Zé Gala (RJ) e Cesar Castro (RS), que seguem na terceira e quarta colocações. Enquanto o simpático carioca é mais um no time dos dinos do esporte nacional, o tímido gaúcho é mais uma revelação da nova geração de pilotos.

Flexicotton, últimos dias para inscrição.

Atenção pilotos de Santa Catarina, no próximo dia 30 de agosto (sábado) serão encerradas as inscrições para o Flexicotton 2008, valendo lembrar que os pilotos inscritos que não confirmarem o pagamento da taxa de inscrição até esta data estarão fora da competição. Até o momento são 13 os inscritos na categoria Asa Delta, dos quais apenas 06 confirmaram o depósito. Para que haja premiação nessa categoria o regulamento exige um mínimo de 10 inscritos. Ainda há tempo, entre no site do evento e se informe: Flexicotton 2008.

Brasília 2008, a despedida.

De volta ao lar, mas de cabeça feita após mais um vôo alucinante. Sexta-feira, 22/08, foi dia de despedida no cerrado. Já na quinta-feira anterior a ventaca que rolava deu lugar à calmaria, mas a barca foi combinada apenas para a sexta, afinal os voadores de Brasília também precisam trabalhar. Meio dia, rampa vazia no cerrado, apenas quatro asas iriam decolar. Soprava uma brisa modesta indicando que a corrida teria que ser caprichada e que não haveria sustentação na parede, ou seja, teríamos que nos jogar no buraco para buscar o elevador. Evandro decolou na frente, bateu em algumas bolhinhas mas nada consistente, assim que entrou uma pressãozinha parti para o vôo - melhor dois a procurar do que apenas um a birutar - seguido pelo Cabelo e pela Titá. Decolei para cima, mas foi só ilusão, não consegui colocar nem 100 metros da rampa, pelo menos fiquei com um pouco mais de combustível e joguei para cima do morro da Coca onde o Evandro tentava arredondar uma termal. Era alarme falso, nada pegamos e fomos ficando ambos cada vez mais baixos. Não queria olhar para o pouso de jeito nenhum, ficar lá embaixo não era a despedida esperada, mas quase aconteceu. Evandro e Cabelo acabaram pousando na Coca. Já pensando na aproximação senti uma leve pressão na barra, o suficiente para aumentar minha determinação para sair do buraco. Era uma térmica muito falhada e sem potência, deu um trabalho daqueles, mas consegui me erguer novamente à altura da decolagem, não mais do que isso. Não tinha para onde ir, já que a termal não rendeu o suficiente. O fato do resgate ter que descer para buscar a turma foi fundamental nesse início de vôo, pois desencanei com a situação e percebi que o único jeito de sair dali seria através de uma boa térmica, daquelas que crescemos junto com elas. Passei a forçar o vôo em direção à Pamonharia, no caminho bati numa bolhinha como a que tinha me salvado anteriormente, mas suficiente apenas para me dar mais fôlego. Abandonei aquela e novamente fui vasculhando tudo até a pamonha, quando esbarrei em outra bolha, dessa vez ainda falhada mas um pouco mais forte. Resolvi esquecer de tudo e me concentrar ao máximo, foi melhor do que eu tinha pedido, quanto mais subia melhor ficava. Cheguei à base da nuvem a 1.800 metros entre a rampa do Dicram e a cachoeira do Itiquira. O vento era meio través e obrigava uma boa forçada, perdi bastante altura na tirada, e assim foi durante todo o vôo, a asa não estava rendendo muito. À frente, já perto do asfalto um dust mostrou o caminho, botei para cima novamente, mas nessa hora tomei a decisão de fazer um vôo diferente do que já tinha rolado nos outros dias quando fiz o mesmo caminho tradicional para a Esplanada. Nisso já tinha derivado até quase a lagoa bonita, mas optei por voltar ao asfalto e tentar voar sempre à esquerda da reserva, por sobre a pista que leva à rampa. O tempo todo foi batalhado, muitas enroscadas, boa altura, uma tirada, asa afundando geral, outra térmica, sobe de novo e assim fui indo. Passada a reserva, trevo da rampa, tirada para Planaltina, novas enroscadas, tirada para o Pîvô Central, perde tudo, sobe de novo, agora rumo à Guerra Eletrônica, pela esquerda de Sobradinho. A essa altura do vôo achei, sinceramente, que conseguiria chegar à Esplanada, mas aí fui perdendo altura num sombreado imenso, subestimei justamente o final do vôo e isso me levou de vez para o chão. O que não foi nada ruim, pois tudo que tinha rolado naquele vôo já tinha sido muito especial, alucinante. A vontade de urinar me incomodava há mais de uma hora e foi só o tempo de colocar os pés no chão e abrir a bermuda, que alívio, não sei se agüentaria segurar até a Esplanada. Fiquei a 4km da guerra eletrônica, 14km do gramadinho seco e assim me despedi de Brasília em 2008. Valeu Evandro pela velha força e companheirismo, valeu Bruno, Luciano, Marcelo e todos os amigos do DF. Na imagem acima o tracklog do vôo, que teve duração de 2:40h, altura máxima 1.794m, máx. 8.5m/s, min. 5.9m/s e 60 km de distância ponto a ponto.

Ventos fortes voltaram.

Passada a semana do campeonato, Brasília voltou ao normal, nada de asas rasgando os céus do cerrado e colorindo o centro do "Poder". O céu azul deu lugar às formações de nuvens, mas com elas vieram as tradicionais ventacas do deserto. Assim foi a semana que sucedeu à etapa do brasileiro, marcada pela presença de muitas nuvens mas tomada por ventos fortes que deixaram precárias as condições de vôo, pelo menos até a última quinta-feira, quando uma leve brisa voltou a imperar. Ainda na terça-feira, juntamente com uma galera do cerrado, fomos à rampa para um força barra. Como esperado, a turbulência lá no alto era das grandes, daquelas que você fica agarrado ao trapézio com unhas e dentes. Muito vento e térmicas nervosas. Nesse dia não estava muito para o vôo, acho que já na primeira térmica percebi que queria mais pousar do que voar, quer dizer, ficar lá em cima tomando lambada sem parar. Estacionei com segurança o brinquedo no arado da fazenda JL. Em seguida, com o pensamento semelhante ao meu, foi a vez do Evandro na fazenda Espumoso, que agora teve o nome alterado para "espinhoso", devido à quantidade de carrapichos no pouso; depois Luciano em Brasilinha, Dudu próximo à Embrapa e apenas o André Nardelli, fissurado que estava, sem voar há mais de um ano, foi guerreiro o suficiente para levar sua asa até o gramadinho da Esplanada, chaqualhando sem parar.

Mais um dia clássico em Brasília.


A etapa de Brasília do campeonato brasileiro de asa delta 2008 foi um sucesso absoluto. Cem por cento de aproveitamento, sete provas realizadas e um total de 764 quilômetros voados. Nenê Rotor (SP) sagrou-se o grande campeão após uma participação impecável, muito veloz e regular, foi o único piloto dos top five a completar todas as provas. A segunda colocação ficou com o atual campeão brasileiro André Wolf (RS), seguido por Jonny Durand (Open) e Zé Gala (RJ) na terceira posição e Glauco Pinto (DF) em quarto lugar. Glauco, local de Brasília, foi também o piloto revelação da etapa. Não bastasse o bom astral durante todo o evento, a premiação contou ainda com um pôr-do-sol daqueles que só se vê no cerrado, com direito a eclipse da Lua e tudo mais. Foi mais um dia clássico de vôo. A ausência de nuvens em nada prejudicou a brincadeira. Da metade do vôo para frente as fogueiras guiaram a grande maioria dos pilotos. Termais para todos os lados e o céu de Brasília ficou novamente tomado por um colorido especial. Das barcas que subiram de Santa Catarina restaram apenas Tingão, Robô e Eu. Valeu à pena, fomos recompensados com uma condição alucinante, que nos permitiu novamente um pouso seguro no gramadinho seco da Esplanada. A quantidade de asas chegando ao mesmo tempo exigia atenção ao aproximar. Hoje o vôo foi ainda mais rápido do que ontem, acabei voando praticamente na mesma rota do dia anterior, com pequenas alterações, concluindo o percurso em uma hora e quarenta minutos. Brasília é assim, só mesmo estando aqui para entender e curtir ao máximo.

Demorou mas a espera valeu à pena.

Até que enfim minha asinha chegou, e a estréia não poderia ter sido melhor. Hoje cedo já me ligaram da transportadora dizendo que poderia retirar o brinquedo. Não deu outra, formei a barca com o Ratão e Luciano, locais do cerrado, e fomos direto para lá. Asa na mão, sem muita pressa seguimos para a decolagem. Chegamos um pouco tarde e por isso acabamos sendo os últimos a decolar, mas isso não fez diferença alguma. As camadas de cirrus que vinham predominando desapareceram e no meio da manhã até umas modestas nuvens se formaram, mas logo se dissiparam, serviram apenas para mostrar que o teto estava alto e o dia prometia. O vôo foi só alegria, com um único momento abaixo dos 500 metros, próximo à Lagoa Bonita, mas tinha que ter algo por ali. Não deu outra, aquela água toda começou a se agitar e aí foi só jogar em cima e com paciência centrar a termal. Depois só alegria, as fogueiras foram parceiras no restante do vôo e a farofa predominou. Que vôo, show de bola. Cheguei na Esplanada com duas horas e dez minutos tirando de Sobradinho com 1650 metros, acelerei bastante mas o brinquedo não descia, cheguei com uns 500 metros no gramadinho e lá apenas quatro asas já pousadas, já que a prova do campeonato foi mais extensa hoje. Botar o brinquedo em solo ainda levou um tempo pois a panela de pressão tava bombando. Pouco depois veio chegando a galera, um por um, Patrick, Marcelo, Evandro, Robô e Tingão. Foi um dia alucinante. Já no campeonato, o brasiliense Glauco Pinto, revelação total, matou a prova de 128 km em duas horas e meia, chegando seis minutos à frente do segundo colocado, Nenê Rotor (SP). Abaixo, tela do vário/gps com os dados do vôo e outras fotos: 1.725 de altura máxima, 7.4m/s pra cima e 8.5 m/s pra baixo.





5º Dia de prova em Brasília.


Como há muito não acontecia no campeonato brasileiro, o aproveitamento nesta etapa de Brasília tende a ser de 100%, com sete dias de provas sendo realizadas. Tudo indica que o resultado ficará mesmo para o última dia, sábado, pois as pontuações estão bem próximas, os pilotos muito regulares e a partir de agora será aplicado o descarte. Até o momento a única coisa que parece estar definida é a soberania de Nenê Rotor (SP) e André Wolf (RS), os caras estão voando demais, sempre à frente e puxando o ritmo. Hoje o Nenê cruzou a chegada rasgando a mais de 100km/h, seguido de perto pelo André. Os dois têm se revezado na disputa. Das barcas catarinenses que permanecem em Brasília, hoje foi o dia do Tingão, que pousou faceiro no gramadinho da Esplanada. O velho Tinga tem dado altos vôos mas hoje seu prêmio foi especial, com direito a uma cervejada na Esplanada.

4º Dia de prova em Brasília.

Mais um dia com muito cirrus no vale do paranã. Prova de 89,7 km com pilões na Olaria, Morro da Capelinha, Arado da Embrapa, Sobradinho e goal na Esplanada. Muitos pilotos no caminho mas também boa parte deles no goal. Com exceção do Glauco Pinto (DF), que caiu em direção ao segundo pilão, as primeiras colocações foram novamente divididas entre André, Nenê e Durand. Resultados logo mais no Superrace.


Catarinenses na Esplanada.

Em mais um dia difícil, de vôo no azul e térmicas na casa dos 5 m/s, Ivo e Robô foram os únicos catarinenses na Esplanada. Os dois eram só alegria, não se teve notícia do resto da turma. No brasileiro prova de 122km, com pernas no contra-vento. Destaque para os três primeiros colocados, André Wolf (RS), Glauco Pinto (DF) e Jon Durand (AUS), que abriram mais de 20 minutos de vantagem para o quarto colocado, Nenê Rotor (SP). Com isso as primeiras colocações devem sofrer alterações. Destaque absoluto no evento tem sido o piloto de Brasília Glauco Pinto, que terminou 2007 como campeão brasileiro na categoria ascendente e que, mesmo sem ter corrido a primeira etapa principal e as demais regionais, tem arrepiado em Brasília, dando trabalho e tirando o sono de muitos veteranos no esporte.


Mais um dia de céu azul...

Brasília amanheceu outra vez com um azul intenso no céu. Tudo indica que o terceiro dia de provas será novamente caracterizado pela ausência de nuvens, mas isso não vai impedir que uma revoada de asas chegue à esplanada. Ontem não foi possível, mas esta tarde estarei lá para ver a chegada da competição e torcer para que os catarinenses que ainda estão pela terrinha consigam pisar no gramadinho seco da capital. Vale a pena conferir no blog do Superace os resultados da competição dia a dia, além é claro dos vídeos do Jon Durand, que virou comentariasta do campeonato. O que chama a atenção é que faz as filmagens, narra e ao mesmo tempo luta para manter a liderança em cada vôo.

Dia mais difícil para os free-flyers.

Mais um dia de céu azul. Como ainda estou sem equipamento resolvi apenas acompanhar os pousos na Esplanada. John Durand foi o primeiro a chegar no gramado, com uma diferença de quase três minutos para os demais pilotos do pelotão líder. Cerca de 40 asas, a grande maioria delas de pilotos inscritos no campeonato deram um colorido especial à Esplanada dos Ministérios. Das barcas catarinas destaque para o Lulu Marvilha, que acabou fazendo o melhor vôo do dia, pousando na região do Lago Norte, a poucos quilômetros do gramadinho, com um sorriso de orelha a orelha, característico de quem fez o melhor vôo da vida. Nenhum catarinense na capital. Lamentavelmente os equipamentos do Toninho Bambu (cinto, vário e documentos) foram furtados. Ele os deixou próximo à estrada para facilitar a visualização para o resgate enquanto desmontava a asa. Alguém encostou de carro e levou tudo embora. Pelo jeito não são apenas os políticos que andam roubando por aqui. Atenção a todos tanto na rampa quanto enquanto esperam o resgate, com a divulgação do campeonato muita gente das redondezas tende a comparecer para acompanhar as decolagens, muitos dos quais cheios de más intenções. Informações oficiais sobre o Campeonato Brasileiro, tais como provas e pontuações, estarão sendo divulgadas no blog do SuperRace.

Uma barca que naufragou.

Pior do que não poder vir a Brasília durante a temporada de vôos só mesmo estar aqui na capital sem o meu brinquedo preferido, minha asa, com os pés no chão e pensamento no alto. É o que estou passando nesses dois primeiros dias na cidade. Cheguei de avião na sexta pois tinha o casamento de um amigo, mas estava tranquilo porque tinha formado a barca com o Robert que traria minha asa. Isso mesmo, traria. Por motivos que o impediram de vir na última hora a "barca naufragou", quase chorei... Como foi na saideira todos já tinham partido pra Brasília e minha asa não pode aproveitar a carona de ninguém, lá está em Camboriú, triste, solitária e na umidade de uma garagem. Agora só resta aguardar pela transportadora e torcer para que a asa chegue inteira.

A grande águia de Brasília.


Que Brasília tem na sua estrutura arquitetônica central a figura de um avião não é novidade para ninguém. Por algum motivo assim se deu a sua concepção, nos traços de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Por outro lado, o lago Paranoá, outra criação do homem, um artifício para amenizar os problemas de baixa umidade nos períodos de seca, ter justamente a forma de uma grande Águia, aí já é concidência demais. Tudo nos leva a crer que realmente Brasília foi feita para voadores.

Aprendendo a voar...


1998 - eu aprendendo a voar no Morrote, Brasília/DF

Pois bem, muitos agora podem estar se perguntando: lugar para decolar em Brasília todos já sabem que existe (ver postagem anterior), mas como é que se faz para aprender a voar por lá, já que não existem montanhas ou morros. Será que utilizam técnicas do vôo a reboque? Longe disso, na natureza nada se perde, tudo se transforma, se cria, principalmente se por perto existir um ser humano obstinado e que não se cansa de perseguir um sonho. Com o vôo livre de asa delta em Brasília não foi diferente, Ricardo Ortega, um apaixonado pelo esporte, ícone dos primórdios do vôo livre nacional, batalhou para que a cidade tivesse um local para instrução de novos pilotos, foi daí que surgiu o "Morrote". Em uma área verde meio que abandonada, na região mais nobre da Capital, nada existia além de mato. Ortega percebeu o potencial do local e com persistência conseguiu transformar o lugar na base de perpetuação do esporte em Brasília. Conseguiu apoio e saiu em busca das autorizações burocráticas necessárias, e lentamente, carrada após carrada. entulhos foram sendo ali depositados, até dar lugar a um morrinho artificial, despretensioso, mas que hoje goza de estatus de parque, onde é possível tornar realidade o sonho de voar. Comigo foi assim, quando ainda nem grama existia naquele Morrote, durante meses comi poeira, subia o morro carregando a asa nas costas para decolar, pousar e decolar novamente, isso nos idos de 1998, dez anos atrás. Atualmente toda a área é protegida. Por sobre os entulhos e a poeira agora existe um belo gramado. O anfiteatro merecidamente deu lugar à sede da Associação de Vôo Livre do Distrito Federal (AVLDF). Que assim continue sendo por muitos e muitos anos e que o grande mestre dos ares e querido amigo Ortega por lá esteja sempre, com novos e velhos alunos reunidos, mesmo nos dias de vento virado, nem que seja para apenas falar sobre a maravilhosa arte de voar.

Brasília sedia mais uma etapa do Brasileiro de Asa.

Brasília, por muitos denominada a terra do Dust Devil, será palco, nos dias 09 a 16, de mais uma etapa do Campeonato Brasileiro de Asa Delta. Pilotos dos quatro cantos do Brasil são aguardados para o evento, tanto aqueles que estarão na disputa de pontos para o ranking, quanto free flyers que não abrem mão de uma temporada de vôo no cerrado. Desde 1983 Brasília sedia etapas do circuito nacional. Tudo bem, não existem montanhas no planalto central, mas mesmo assim Ele deu um jeitinho de aproximar o homem daquele estonteante espetáculo natural que é o céu de Brasília. Uma falha geográfica localizada próxima à cidade de Formosa, a noventa quilômetros da Capital, divide o planalto em dois platores, num desnível de cerca de 560 metros. A escolha/descoberta do local de onde hoje decolam as asas não foi acidental. Conta a história do vôo livre de Brasília que um voador carioca, professor de geografia, transferido para capital não se contentou com o fato da ausência de montanhas e resolveu estudar os mapas cartográficos da região na ânsia por voar. Acabou encontrando o local onde hoje se situam as rampas de decolagem, atualmente naturais e sem comparação às primeiras que ali existiram e ainda podem ser vistas do alto, de concreto, estreitas e perigosas foram impiedosas e responsáveis por inúmeros acidentes. Informações sobre o campeonato podem ser encontradas no site oficial do evento ou ainda no site da AVLDF.

Piada de voador.

Sábado, como de hábito, me levantei cedo, coloquei meu agasalho, vesti-me silenciosamente, tomei o meu café e até fui caminhar com o cachorro. Em seguida, fui até a garagem e amarrei minha asa no rack do meu 4x4. De repente, começou a chover torrencialmente. Com a chuva, ventos a mais de 80 km/h. Liguei o rádio e ouvi que o tempo seria chuvoso durante todo aquele dia. Voltei imediatamente pra casa, silenciosamente tirei minha roupa e deslizei rapidamente para debaixo dos cobertores. Afaguei as costas da minha mulher suavemente e sussurrei: - O tempo lá fora está terrível. Ela, ainda meio adormecida, respondeu: - Você acredita que o idiota do meu marido foi voar com esse tempo?
piada extraída da lista yahoogrupos AmigosVoadores
"A maior parte das pessoas é assim. Sonham com o vôo, mas temem as alturas. Para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Por isso trocam o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram". (Rubem Alves)

Flexicotton 2008

Demorou mas chegou. A partir de 1º de julho começa a terceira edição do campeonato catarinense de cross country, o Flexicotton 2008. O campeonato tem formato online e se estende até 31 de dezembro. A competição é aberta para pilotos das modalidades asa delta e parapente da região sul do Brasil e consiste na cumulação das cinco maiores distâncias voadas em território catarinense durante o período, considerado para o somatório da pontuação apenas dois vôos por rampa, limitação esta que visa equilibrar a disputa, deixando de privilegiar pilotos que voam em locais de melhor condição, já que força a realização de vôos em localidades diferentes. Em 2007, primeiro ano em que a competição foi aberta à "asa delta", a adesão dos pilotos foi muito baixa, com apenas 04 inscritos na disputa, sendo que Santa Catarina tem hoje aproximadamente 50 pilotos de asa na ativa, frente aos cerca de cem inscritos no parapente. As premiações foram de cair o queixo: equipamentos, viagens e valores em dinheiro para as diversas categorias, o que já não acontece na edição 2008, onde serão distribuídos apenas troféus aos melhores colocados de cada categoria. Ainda em 2007 os pilotos Robert Etzold, de Balneário Camboriú, e Zé Maria, de Florianópolis, protagonizaram uma disputa acirrada, que no final consagrou Robert como campeão do evento, com menos de 12 quilômetros de diferença para o Zé Maria. As inscrições estarão abertas até 30 de agosto, e custam R$ 70,00. Participe, acesse o site oficial e leia atentamente o regulamento.

Revoada Junina em Canelinha.

Estamos no mês do São João, época das festas juninas. Recordações da infância, comida gostosa, quentão, roupa caipira e, porque não, vôo livre. É isso mesmo, a comunidade local do bairro da Galera, na cidade de Canelinha, estará realizando no sábado, dia 28 de junho, a Festa Junina da Galera, regada de boa música e guloseimas típicas do período. Como não podia deixar de ser, festa na Galera sem vôo livre não é festa, pensando nisso, e aproveitando a oportunidade para ajudar as crianças carentes da comunidade, o Clube de Vôo Livre da Galera organiza para os próximos dias 28 e 29 uma revoada de Asas Delta e Parapentes. Será uma evento para ambas as categorias com provas de triangulação e goal. Inscrições a R$ 15,00 + 1kg de alimento ou agasalho que serão doados à comunidade carente juntamente com R$ 10,00 de cada inscrição efetivada. O valor restante irá compor a premiação dos primeiros colocados de cada categoria. Para participar da competição é indispensável o uso do GPS, mas os pilotos que não possuam o aparelho ou mesmo não tenham interesse na competição nem por isso devem deixar de comparecer, o evento tem caráter solidário e a participação de todos é muito importante. Compareça, traga sua família, e faça a alegria da criançada.

Palavras de um Capitão.

No último dia 28, um certo Capitão completou mais um ciclo de sua jornada aqui na terra. Amigo que fiz em terras catarinas, recém-chegado ao esplendoroso litoral de Santa Catarina após deixar para trás, com o coração apertado, minha querida e maravilhosa terra natal, Brasília. Por aqui muitos amigos encontrei. O Capitão, em particular, recordo-me exatamente a ocasião, ao pé do Morro do Careca, em Balneário Camboriú, com minha laminar em cima do carro, um tanto quanto inexperiente na arte de voar, buscava um pouco da sabedoria de um "local". Pessoa das mais amistosas, fez questão de dedicar-me um pouco de seu tempo e o fez sem pestanejar. Seu nome, Antonio. Para os amigos, Toninho. Seu título, Capitão. Capitão Bambu. Lembrado por todos na lista de voadores catarinenses pela passagem de seu aniversário, Toninho teceu em palavras o seu agradecimento, que a seguir transcrevo: "Pierrri, eu o vi voar na asa que tinha comprado para meus filhos, eles não quizeram, e voce voou e continua.... e vai. Jerrão, ninho, passarinho, morinho e caminho, alguma coisa lembra gaiola, mas muito feliz para quem tem um ninho. Marcelão, azul e branco é uma devoção....., você lembrou. Gilmar, o tempo é relativo, ele só faz ou aumentar ou reduzir os sentimentos, se o tivermos voaremos muito ainda. Victor, bons voos a todos tbém de Indaial... Kvalo, muitas histórias, desde antes de governador valadares (rs)......., muitas boas lembranças de todas as rampas de SC. Maninho, quando eu o conheci, estava comigo a pessoa que eu me espelhava em muitas coisas da vida, ele não era tão religioso quanto eu, mas talvez fosse ainda muito melhor, pelo amor e sabedoria que tratava as pessoas e sua vida, meu muito saudoso amigo Morelli (e naquele dia também foi o último que eu o vi). Gugo, os paranaenses sempre estiveram conosco em jgua desde o principio, lembra do sr. Karl, (usava um leme fixo na kilha, kvalo lembra). Sabiá, faz algum tempo que não o vejo voar, mas há igualmente muitas lembranças, entre elas uma é de pomerode no tempo da goiaba, que nao deu vôo...(concretex) , mas faz muito tempooooo. Rica, mais 54 com certeza vai incomodar e eu não vou ser mais feliz, não vai dar para voar, nem velejar e muito menos trilhar, então, vou para as montanhas sagradas, de lá, voando eternamente, vou torcer por quem ficar. Tingão, se houve algumas rimas foram involuntárias. Bons voos. Cap.Bambu."

Classificação do Catarinense de Asa 2008.

Com a validação de mais duas provas durante a etapa de Gaspar/SC, realizada nos dias 24 e 25 últimos, o Catarinense de Asa Delta 2008 chega em uma fase crucial para alguns pilotos, a incidência do descarte de provas. Entenda como funciona: ao final do campeonato, de acordo com a quantidade de provas validadas ao longo do ano acontece o descarte das provas com menor pontuação de cada piloto, na seguinte proporção: de 04 a 05 provas válidas, um descarte; 06 a 08, dois descartes; 09 a 11, três descartes; 12 a 14, quatro descartes; 15 a 17, cinco descartes. Portanto, caso o campeonato estivesse encerrado hoje a prova com menor pontuação de cada piloto seria subtraída do total até então acumulado. Nesse caso concreto, como muitos pilotos têm pontuação zero não haveria grandes mudanças, mas repare que, por exemplo, o piloto Zé Maria passaria a ocupar a sexta posição enquanto que o piloto Ivo cairia para a sétima após a realização do descarte, alterando a classificação final do campeonato. A planilha acima divulgada traz a classificação atual do CCAD 2008, mas como há a possibilidade de validação de mais duas provas antes do encerramento, com 2000 pontos em jogo, o descarte ainda pode ser alterado e até mesmo ampliado para duas provas e aí sim, tudo pode mudar. Portanto, este ano, o Catarinense de Asa está bem disputado e completamente indefinido, tornando a disputa na cidade de Pomerode ainda mais acirrada. Os descartes surgiram nas regras dos campeonatos visando incrementar o fator competitividade, resultando em maior regularidade individual, bem como fator de motivação para a manter a participação dos pilotos ao longo de toda uma temporada, pois muitas vezes, por motivos alheios à vontade própria, se vêem impossibilitados de estar presente em uma ou outra etapa. Com a aplicação dos descartes, esse piloto ainda pode se manter no páreo e vai estar super motivado para continuar na competição. No catarinense 2008 temos um exemplo concreto dessa situação, que acontece com o piloto Zé Maria que, machucado, não pôde comparecer na etapa de Gaspar/SC mas segue firme com sua fisioterapia para brigar pelo caneco em Pomerode/SC, já que, em validando-se as provas, poderá descartar sua ausência em Gaspar. É assim, então, que funciona a justa sistemática dos descartes no nosso maravilhoso esporte.

Victor Diniz fatura a etapa de Gaspar/SC.

Céu azul, muita gente na rampa e um colorido diferente nos ares. Foi nesse tom que aconteceu a 4ª Etapa do Campeonato Catarinense de Asa Delta 2008, realizada na cidade de Gaspar/SC. Com cerca de 30 pilotos inscritos o evento foi um sucesso, apesar dos fortes ventos que dificultaram, mas não impediram, a validação de mais duas provas no CCAD2008. No sábado teto na faixa dos 600 metros, resultado da associação da intensidade do vento com o predomínio de uma forte camada de inversão. A prova escolhida tinha start gate num raio de 1000 metros da decolagem, pilão de contra-vento na Igreja de Bom Jesus e goal em Itaipava, na pista de trike, totalizando 23 km. Nenhum piloto conseguiu completar. O melhor colocado do dia foi Robert Etzold, de Balneário Camboriú, pousando antes mesmo do quilômetro 10. A grande maioria dos pilotos foi rendida pelo contra-vento na rota para o primeiro pilão. Alguns ainda conseguiram bater o pilão e voltar ao pouso oficial, mas já com o vôo comprometido para seguir na prova. Gilmar, de Florianópolis, fez distância superior ao Robert, mas como queimou o pilão acabou zerando a prova. No domingo a camada de inversão amenizou um pouco e deu otimismo maior para a galera. Definida prova de 29 km, com start num raio de 2000 metros na área de decolagem, primeiro pilão no cemitério de Gaspar (novamente no contra-vento), segundo pilão na Igreja Matriz de Ilhota e goal na pista de trike do Itaipava. A maioria dos pilotos optou pelo segundo start das 12:30h, saindo no primeiro pelotão Ivo, Robert e Maninho, seguidos de perto por Dingo, Márcio Bilck e Piere, todos chegaram na área do cemitério praticamente pousados após encarar o vento de frente. Dessa turma o único que ainda bateu o pilão foi o Robert, mas também voltou rendido, com folga apenas para um pouso seguro no local onde depois os outros pousaram. O grande destaque do dia foi o piloto Victor Diniz, de Indaial, que optando por um vôo mais tarde, quando todos os demais já estavam pousados, aproveitou uma condição pouco mais favorável resultante da mudança no quadrante de vento. Mesmo assim batalhou em uma rota mais longa para fazer o primeiro pilão, evitando encarar o vento de frente. Victor conseguiu fazer o mais complicado do dia, bater o primeiro pilão e ainda assim se manter em condições de continuar no vôo. Segundo ele, nada foi fácil, dali até a Igreja Matriz de Ilhota térmicas fracas e falhadas não permitiam ganhar altura, alcançando no melhor momento do vôo 1.000 metros na área do segundo pilão, o que lhe permitiu uma tirada na ponta dos dedos até o goal. Victor matou a prova e, de certa forma, salvou a etapa de Gaspar mostrando que a condição para cumprir o objetivo estava lá, extremamente difícil e técnica, mas estava lá. Parabéns Victor e a todos os demais que prestigiaram mais uma etapa de sucesso do CCAD 2008. Os cinco melhores de cada categoria: Principal - Victor (Indaial), Robert (Bal. Camboriú), Piere (Jaraguá do Sul), Maninho (Bal. Camboriú) e Dingo (Blumenau). Ascendente: Josiel (Jaraguá do Sul), Gugo (Curitiba), Luciano (Blumenau), Isac (Pomerode) e Fábio Negão (Blumenau). Iniciante: Rodrigo e Simas.

Errata sobre as etapas do CCAD 2008.

CORREÇÃO: Ao contrário do que divulgado anteriormente neste blog, não há possibilidade de realização da etapa de Santo Amaro da Imperatriz em 2008. Segundo informações da comissão organizadora o calendário não sofrerá alterações. Isto porque, na oportunidade do fechamento do calendário 2008, foi verificado junto a todos os clubes catarinenses a reserva de datas para realização de etapa em sua localidade. Nessa ocasião o Lagoa Clube de Vôo Livre (LCVL) manifestou expressamente não ter interesse em realizar etapa em Santo Amaro da Imperatriz. Dessa forma, o calendário segue sem alterações, dentro do previsto, com a realização de 05 (cinco) etapas: Escalvado, Canelinha, Jaraguá do Sul, Gaspar e Pomerode; conforme consta da camiseta oficial do evento, foto ao lado.

4ª Etapa do CCAD 2008: 24 e 25 de maio.

No próximo final de semana, dias 24 e 25 de maio, acontece na cidade de Gaspar a 4ª Etapa do Campeonato Catarinense de Asa Delta. Uma realização do Clube de Vôo Livre da Galera (CVLG), com apoio do Clube de Parapente do Vale (CPV). A disputa pelo título de 2008 segue acirrada. A briga pela liderença é boa e protagonizada pelos pilotos Dingo, de Blumenau, e Robert, de Balneário Camboriú, com uma diferença de apenas 02 pontos. Na Categoria Principal, muitos pilotos também seguem na luta, e com grandes chances. Zé Maria, um dos dinos catarinenses, se mantém na terceira posição, seguido por Márcio Bilck de Jaraguá do Sul e Gilmar, de Florianópolis. A etapa de Gaspar, última do primeiro semestre de 2008, pode ser decisiva, já que com a validação de mais uma prova será realizado o primeiro descarte do campeonato, quando a menor pontuação de cada piloto será eliminada. Em 2008 já foram realizadas 03 etapas: Escalvados, Canelinha e Jaraguá do Sul. O aproveitamento até o momento é de 50%, já que as condições climáticas permitiram a realização de apenas uma prova por etapa. Após Gaspar a competição adormece, retornando apenas no mês de novembro com a etapa de encerramento do Catarinense de Asa 2008, na cidade Pomerode, prevista para os dias 08 e 09 de novembro. Este ano as provas de triangulação andam um pouco sumidas no campeonato, já que tem sido dada prioridade às de distância com goal definido. O intuito é procurar equilibrar os dois tipos de provas, mas como o clima não tem ajudado, rolando apenas um dia de vôo por etapa, a comissão técnica tem optado pelo XC. Vamos comparecer em Gaspar, por lá parece que a condição estará estável e a possibilidade de 100% de aproveitamento da etapa é grande.

Conversor de arquivos IGC em KML.

Existe hoje uma diversidade de ferramentas tecnológicas (softwares) muito interessantes para aqueles que gostam de analisar seus vôos. Seja de Asa Delta, Parapente, Planador, Paramotor, ou qualquer outro meio de vôo. Para tanto, destacam-se, primeiramente, os programas com função de interface entre equipamentos de vôo (vário e gps) e micro-computadores. São os softwares que permitem a transferência das informações do vôo para um computador, de maneira a facilitar e ampliar os recursos de análise dos registros de cada instrumento. Nessa categoria destaco: Flychart (desenvolvido pelos fabricantes Flytec/Brauniger pensando na interface de seus equipamentos mundialmente utilizados), download gratuito; CompeGPS (talvez o programa para computação de dados mais utilizado em campeonatos), versão gratuita para teste; e TrackMaker (software 100% nacional), com versão gratuita para download. Toda vez que se transfere os dados de um vôo para o computador o arquivo gerado cria uma extensão que varia de acordo com o programa utilizado. Na maioria dos casos, como nos programas Flychart e do CompeGPS, por exemplo, a extensão utilizada é a "IGC". Pois bem, tendo um dos programas instalado em seu micro e um cabo de interface é fácil visualizar todos os dados de um vôo na tela do computador. Acontece porém que há pouco tempo surgiu uma outra ferramenta revolucionária que já é conhecida de todos: o GoogleEarth. Nada mais nada menos do que um mapa mundi com imagens de satélite, recursos de aproximação, coordenadas, visualização de estradas, fronteiras e links de localidades, estão ao inteiro dispor de toda a comunidade na internet. Para os voadores aficcionados, além de passear virtualmente pelos quatro cantos do mundo, ainda é possível sobrepor os vôos às regiões geográficas sobrevoadas, obtendo um nível surpreendente de análise dos tracklogs e definição de rotas de XC, isso tudo sem tirar os pés do chão. Pois bem, acontece que a extensão dos arquivos do GEarth é diferente dos arquivos de vôo, sendo necessário, então, novamente outro programa, dessa vez destinado a converter os arquivos tipo ".IGC" em arquivos do GoogleEarth ".KML". Chegamos, então, ao objetivo maior desta postagem, que é simplesmente fornecer um link direto para um conversor automático de arquivos, até porque, quando precisei, tive bastante dificuldade em encontrar um disponível na web. É isso aí, as dicas estão dadas, basta agora aproveitá-las. PS.: alguns programas, como o Flychart tem tecla de atalho direto ao GoogleEarth, facilitando todo o processo.

CCAD 2008: 3ª Etapa, o vídeo.


Asas para voar.

A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões. Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? Pensou ela. O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. E se justamente agora isto não funcionar? Ela pensou. Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar, restava ainda uma tarefa final: o empurrão. A águia encheu-se de coragem. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida. Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão era o menor presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor. Então, um a um, ela os precipitou para o abismo. E eles voaram! Às vezes, nas nossas vidas, as circunstâncias fazem o papel de águia. São elas que nos empurram para o abismo. E quem sabe não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos "asas para voar". (Autor: Ana ???)