Mais um final de semana de voo.

No sábado perdemos o melhor do voo. Subimos Dingo, Robert, Zé Maria e eu, a condição rolava enquanto montávamos os equipamentos. Pressão de frente na decolagem e a urubuzada mandando ver. Mas a situação mudou rápido, quando prontos ficamos sem opção de decolagem. O vento estava indefinido, entrava de cauda na principal, mas sem pressão suficiente para utilizar as “rampas” de trás. Perdemos quase uma hora nessa brincadeira até que o vento se definiu de sudeste e, por vezes, soprando de frente na rampa principal. Eu e Dingo fizemos um voozinho local mas sem chance para o cross. Zé Maria e Robert se saíram melhor chegando na base a 1400/1500m, mas foi apenas isso. O Zé pousou próximo à estação de eletricidade. O Robert foi até lá mas ainda conseguiu voltar, pousando comigo e Dingo no oficial pra facilitar, já que estávamos sem resgate. No domingo a rampa ficou cheia: Dingo, Zé Maria, James, Fábio Negão, Robô, Renatinho, Lulu Maravilha e eu. Como não queria repetir o que rolou no dia anterior, fui precavido. A condição novamente já estava por lá. Acelerei a montagem e não esperei nem um minuto. Ventinho de frente, decolei enquanto a turma ficou por lá. Quinze minutos de batalha e ascendentes falhadas na área da decolagem, optei então por me afastar dos morros para ir buscar mais à frente. Acabei sendo recompensado com uma térmica que me levou à nuvem já na deriva do voo, que nessa hora predominava de oeste/sudoeste. Maravilha, primeira entubada do dia, a 1100 metros, o teto não estava aquilo tudo mas já proporcionou uma boa tirada. O próximo objetivo era tentar chegar com altura suficiente para enroscar debaixo de outra nuvem que se formava na região da estação de gás, tendo como gatilho uma olaria que parecia estar com os fornos a mil. Pensei que não conseguiria mais subir pois cheguei com apenas 200 metros, enquanto que a formação parecia ter se afastado na deriva. No fim deu certo, muita batalha baixo até arredondar e novamente botar próximo às nuvens, ainda com teto baixo. Nesse ponto tinha duas opções: seguir mais na roubada no cloud street formado na rota de Camboriú, ou tentar atravessar um trecho de azul para encontrar, mais à frente, outras formações que poderiam me levar à região da Costeira de Zimbros, numa rota de voo que sempre desejei fazer e com mais facilidade de ser resgatado. Fiquei com a segunda opção. A tirada até que rendeu bem, mas não o suficiente para alcançar as formações. Naquele horário o vento já era contra e me pois no chão antes do previsto, teria sido necessária mais uma térmica. Fiquei no centro de Tijucas, num pouso alucinante e de cabeça feita. Consegui contato com Dingo que deu aquela força no resgate e voltei amarradão para casa. Não foi muita coisa, uns 18 kms, mas valeu a determinação pra chegar até ali e o passeio nas nuvens. Confira o tracklog do voo.

Nenhum comentário: