Os primeiros dias do mês de maio costumam ser belíssimos, e geralmente presenteiam os amantes do voo livre com boas condições aqui no Estado de Santa Catarina. Este ano não foi diferente. Festival de voo livre em Timbé do Sul, Festival de Parapente em Itajaí, Festival de Ultraleve em Itapema e pilotos aficcionados espalhados por vários picos em busca de bons voos. Sábado a ideia era Canelinha, mas os planos mudaram quando encontramos, ainda no início da subida, a barca do Rica retornando com a notícia de que um deslizamento de terra havia interditado a estrada. Apesar de ser contramão para mim aproveitei a boa parceria do Zé Maria e Robô, que subiam comigo, e seguimos rumo a Santo Amaro da Imperatriz na esperança de um voozinho local. A distância era longa e como seguíamos no ritmo do Robozinho, só no sossego, a decolagem foi por volta das três da tarde, mas o que parecia ser ruim acabou funcionando a nosso favor, talvez tenhamos pego a melhor hora do dia já que antes poucos conseguiram se manter no ar. Jerry abriu as decolagens, seguido pelo Rica, Robô, Eu e Donaldson. No início não foi fácil se manter voando, mas logo o Robozinho tirou um coelho da cartola e nos levou à zona de conforto, dali para frente o vale se transformou num colchão de ar e a asa não afundava mais. A condição era extremamente lisa, e subíamos na ponta dos dedos térmicas muito sutis. De cabeça feita, após uma hora pendurado, trouxe o brinquedo de volta ao solo com um pouso na sede do Lagoa Cuble de Voo Livre, que estava bonito de ver de tanta gente; voadores de asa, paraca, amigos e familiares davam um tom especial ao local. Em seguida soubemos que Ivo, Cristiano e Cláudio, em pleno dia do trabalhador, conseguiram contratar uma máquina e liberaram o acesso de Canelinha, mandaram muito bem. Domingo foi dia de voltar ao Escalvado após meses sem voar no pico. Grata surpresa ver que o acesso à rampa está excelente, apenas poucas valas no último top e nada mais. Para o Cristiano foi dia de estrear asa nova, uma Wills Wing T2C alucinante. Mas, quem ficou mesmo de sorriso de orelha a orelha, novamente, foi o gaiteiro Ivo que após decolar engatado na termal só largou o osso quarenta e três quilômetros após. Atravessando Itajaí, Balneário Camboríu e Camboriú, pousou no aeroclube de Itapema em meio a um festival de ultraleves que acontecia por lá. Será que o pessoal motorizado acreditou que aquela navezinha veio de nuvem em nuvem até chegar ali? Cristiano, Cláudio e Eu decolamos no entre-ciclo e pregamos. Essa é a única desvantagem do Escalvado, como o desnível é baixo se der mole prega mesmo... Mais uma vez agradecimento especial ao Fábio, meu resgate, que tem sempre dado aquela força nos finais de semana.

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