Canelinha nas nuvens.

A frente chegou fria e seca, proporcionando um belo dia de voo. Mais uma vez a previsão falhou. Na sexta-feira indicava a predominância do vento sul forte logo pela manhã no sábado, diminuindo ao longo do dia e girando para sudeste. Nada disso aconteceu em Canelinha e região, desde cedo céu bem azul e noroeste soprando moderadamente. Com a condição de inverno e voos rolando um pouco mais tarde, todos subiram sem pressa. Quando Ivo, Cristiano e James chegaram, eu, Dingo e Pereira já estávamos com tudo pronto. Por um erro de avaliação, acreditando na melhora da condição, decolamos às duas da tarde, meia hora após o que pareceu ter sido o melhor ciclo do dia. Mas fazer o quê, caprichar e tentar um bom voo. Na decolagem pude ouvir no rádio a galera do paraca, que estava correndo campeonato em Gaspar, comentar: "estou a 1.300 com Bigode e Rottet tirando pro goal". Transmissão animadora melhor noção do teto impossível. Decolei primeiro e engatei numa boa térmica pouco à direita da rampa. Ninguém se aguentou e foi aquela correria pra decolar, uma atrás da outra e todos subiram na mesma termal, uns mais, outros menos, mas todos foram. Devo ter entrado no mehor momento e fiquei no topo a 1.300 com o Ivo um pouco abaixo. Maravilha, como é bom estar alto. A deriva era totalmente de noroeste em direção a Celso Ramos, mas a condição só estava presente até a metade do caminho, enquanto que mais ao sul predominavam mais formações, seria um voo mais forçado porém talvez mais longo e proveitoso. Bom, escolhi a primeira opção e parti na deriva do vento, peguei novamente na cordilheira de trás da rampa, próximo à alta tensão, sem ter perdido praticamente nada até ali fui agora a 1.400 próximo da base. Que show, estava com saudade disso, a última vez pertinho da nuvem foi em dezembro passado, quando fiz meu primeiro voo em Salete. Como já era certo, segui sem afundar no cloud, até ele acabar. Depois disso caí num azul total, estiquei para alguns possíveis gatilhos sem nada encontrar. Era pouso na certa, foi só escolher um entre inúmeros pastos à beira da BR101 e com carinho aterrissar o brinquedo e ficar curtindo os paraquedistas que eram cuspidos por um aviãozinho bem perto dali. Fiz o voo sozinho, não sei para onde o resto da galera tirou, e foi praticamente voo de uma única térmica, mas deu pra fazer a cabeça. Foram apenas dezoito kms mas valeu muito a pena, o pouso foi próximo ao trevo de entrada para Governador Celso Ramos. Tracklog no Flexicotton.

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